PUBLICIDADE

Ultrapar compra ativos da Texaco no Brasil por R$1,16 bi

Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

A Ultrapar anunciou nesta quinta-feira a compra da distribuição de combustíveis da Texaco no Brasil, da Chevron, por 1,16 bilhão de reais, consolidando a presença da empresa em um mercado no qual estreou no ano passado, com a aquisição de parte da Ipiranga. A aquisição da Texaco vai acrescentar mais 2 mil postos e 48 bases de operação à rede Ipiranga, que será a única bandeira do grupo Ultra no país. O Ultra informou que vai pagar a aquisição com caixa próprio. Após a conclusão do negócio, qua ainda depende da separação da distribuição da Chevron dos negócios de exploração de petróleo da empresa no Brasil, prevista para início de 2009, a rede Ipiranga ficará com 5 mil postos e 23 por cento do mercado, informou o Grupo Ultra em nota nesta quinta-feira. Segundo o Ultra, líder na distribuição de GLP (gás de cozinha), a compra da Texaco consolida a companhia em segundo lugar na distribuição de combustíveis no Brasil. Para o analista do Banco do Brasil Investimentos, Nelson Matos, "será um segundo lugar com folga", no ranking geral, perdendo apenas para a Petrobras . "Foi um bom negócio para o Ultra, a Petrobras não poderia comprar mesmo, já teve até que vender parte do que comprou da Ipiranga por determinação do Cade", avaliou, referindo-se à concentração de mercado que obrigou a Petrobras a vender os postos do Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. O Grupo Ultra comprou a Ipiranga em parceria com a Petrobras, no ano passado. O Ultra ficou com os ativos do Sul e Sudeste, onde a BR Distribuidora, braço de distribuição da Petrobras, já tem grande concentração de mercado. Matos, que passará a cobrir a empresa devido ao seu ganho de importância no mercado, destacou que a rede adquirida pelo Ultra consiste em postos bem localizados e que conseguem boa receita. "É uma boa rede, porque está localizada no Sul, Sudeste e nas cidades, com boas vendas", avaliou. Sobre a saída da Chevron do negócio, meses após a venda dos ativos da Esso no país, Matos explicou que a margem do negócio de distribuição é pequena e a concorrência está cada vez maior, o que tem levado estrangeiras a rever sua presença no setor. "Entre as grandes agora só tem a Shell, que já falou que vai ficar", informou. Em 2007, a Texaco vendeu 6,7 milhões de metros cúbicos de diesel, gasolina, etanol e GNV, um crescimento de 8 por cento em relação a 2006, representando uma participação no mercado nacional de 9 por cento. Além de distribuir combustíveis o Ultra atua também nos setores de petroquímica e logística. Em junho, a empresa comprou a parte de logística da Unipar, por 510 milhões de dólares, obtendo a maior operadora de logística de granéis líquidos da América do Sul. O Ultra estuda ainda a participação no Complexo Petroquímico do Estado do Rio Janeiro (Comperj), projeto de mais de 8 bilhões de dólares da Petrobras, e está investindo 650 milhões de reais para aumentar a capacidade da subsidiária Oxiteno. (Com reportagem adicional de Roberto Samora)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.