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Uma festa de abertura para os cinco sentidos

Cerimônia da Paralimpíada terá efeito que ‘cegará’ a plateia e canal de audiodescrição

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Por Fernando Scheller
Atualização:
Gelli, que fez a marca olímpica, ajuda a planejar a cerimônia Foto: MARCOS DE PAULA | ESTADÃO

Após o êxito da Olimpíada, o interesse em relação à Paralimpíada, que começa no próximo dia 7 de setembro, aumentou muito. Os ingressos, que estavam parados, começaram a ser vendidos rapidamente. Só na última quarta-feira, foram 145 mil entradas, um recorde de vendas em 2016, tanto para a Olimpíada quanto para a Paralimpíada. À medida que o interesse pelo evento cresce, aumenta também o desafio dos responsáveis pela abertura dos jogos, que será realizada no Maracanã.

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Os principais idealizadores da cerimônia que terá de fisgar o espectador para a Paralimpíada são o escritor Marcelo Rubens Paiva, o artista plástico Vik Muniz e o publicitário Fred Gelli, o mesmo que criou as marcas da Olimpíada e Paralimpíada do Rio.

Como a equipe da abertura dos Jogos Olímpicos fez um bom trabalho em apresentar o Brasil – em uma pequena aula de história visual –, o time da Paralimpíada agora ficará livre para explorar novos temas, com foco na inclusão e na missão de despertar os cinco sentidos da plateia.

O conceito que permeará o evento, contou Gelli ao Estado, será “todo o corpo tem um coração”. “O conceito da Olimpíada e da Paralimpíada foi desenhado com base no design universal. É por isso que os atletas que ganharam medalhas receberam também a representação 3D da marca”, explicou o publicitário, ressaltando que essa missão será expandida na Paralimpíada.

Entre as novidades para despertar os sentidos que a cerimônia de abertura trará está um efeito de iluminação que vai “cegar” a plateia por alguns momentos. A transmissão do evento pela televisão vai ter um canal de audiodescrição para permitir que pessoas cegas acompanhem o que está acontecendo. Além disso, a equipe planeja fazer uma maquete com os principais elementos cênicos do espetáculo, para que eles possam ser tocados.

Outra atração da cerimônia será a construção de uma obra de Vik Muniz em tempo real. Haverá ainda apresentações de dança idealizadas pelo Grupo Corpo e figurinos criados por Ronaldo Fraga.

Super-heróis, não. De acordo com Gelli, uma das armadilhas de muitas das mensagens relacionadas a para-atletas é a comparação com super-heróis – um conceito que ganhou força especialmente depois do vídeo promocional feito pelo emissora britânica Channel 4 para a Olimpíada de Londres, em 2012, com o título Superhumans (Super-Humanos).

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A campanha fez tanto sucesso que recebeu vários prêmios internacionais – inclusive no festival Cannes Lions – e levou a Paralimpíada de Londres a superar a audiência da Olimpíada, que naturalmente seria o evento principal. Para 2016, o Channel 4, que transmitirá a Paralimpíada do Rio, mudou o tom: fez um vídeo musical que fala de para-atletas, mas também da inclusão e da excelência em outras áreas (leia mais abaixo).

O publicitário diz que a ideia do movimento paralímpico é trazer um novo entendimento da questão humana de forma geral, e não classificar os para-atletas como um grupo à parte. “A ideia é debater a questão humana como um todo, sem bater na tecla da superação.”

O sucesso da Olimpíada também deve “turbinar” a visibilidade da abertura da Paralimpíada, que inicialmente seria transmitida somente pela rede pública TV Brasil e pelo canal a cabo SporTV. Agora, porém, a TV Globo também decidiu transmitir um compacto do evento.