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Upgrade é emblemático em economia global de pernas para o ar, diz Bradesco

Segundo Octávio de Barros, há uma dissonância cognitiva entre a leitura sobre o Brasil feita pelos agentes de mercado e analistas independentes ou agências classificadoras de risco

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Ao comentar a elevação nesta segunda-feira, 20, do rating dos bônus do Brasil, de Baa3 para Baa2, pela Moody's Investor Service, o diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, Octávio de Barros, destaca que "há uma clara dissonância cognitiva entre a leitura sobre o Brasil feita pelos agentes de mercado e analistas independentes ou agências classificadoras de risco". Na opinião dele, os analistas fazem uma avaliação absoluta sobre o Brasil, ao passo que o olhar estrangeiro faz uma leitura relativa do Brasil.

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As duas leituras, diz Barros, são importantes. "Mas acho, francamente, que o olhar relativo é mais competente para compreender as trajetórias nacionais", afirma Barros, para quem toda análise de fora se dá, em geral, por comparação. Dessa forma, é uma análise mais objetiva, fria com os números e menos emocional com o universo político local. "Em um mundo repleto de incertezas e de preocupações com solvência, o Brasil recebe um upgrade de uma importante agência de rating, sugerindo que esse processo continue", comenta Barros.

Para ele, a despeito dos imensos desafios, há uma correta visão de que avanços incrementais estão em curso e de que há um senso de responsabilidade consolidado. "Não há incentivos concretos para se andar para trás. Em que pesem as mágoas em relação às agências classificadoras de risco, remanescentes da crise global, não dá para deixar de reconhecer que é algo emblemático um país ter melhoras sucessivas na sua avaliação em uma economia global de pernas para o ar", avalia.

De acordo com Barros, a única recomendação que se pode fazer nessas horas seria a de nunca esquecer o ditado: bons momentos são maus conselheiros. "Não dá para deixar de trabalhar sempre com foco estratégico", alerta o diretor do Bradesco.

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