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Uruguai dá luz verde para Metsa-Botnia produzir celulose

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Por Redação
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O governo do Uruguai concedeu permissão à empresa finlandesa Metsa-Botnia, da Finlândia, para que comece a produzir celulose na fábrica de 1 bilhão de dólares construída no país. A unidade é alvo de críticas da Argentina, que teme uma possível poluição do rio que fica na fronteira entre as duas nações. O sinal verdade surgiu na quinta-feira, depois de ter fracassado um esforço de última hora para resolver a antiga desavença diplomática entre os uruguaios e argentinos. Esse esforço aconteceu em meio à 17a Cúpula Ibero-Americana, realizada em Santiago (Chile). A Argentina processou o Uruguai junto à Corte Internacional de Justiça de Haia acusando o país vizinho de não prover informações suficientes sobre o projeto, descumprindo um tratado referente ao rio Uruguai, que divide os dois países. A fábrica da Metsa-Botnia, localizada na cidade uruguaia de Fray Bentos, às margens do rio, é um dos maiores investimentos privados da história do Uruguai e tem previsão de produzir 1 milhão de toneladas de celulose anualmente. Ao longo dos últimos dois anos, ambientalistas da Argentina realizaram vários protestos contra a obra, argumentando que a fábrica poluirá as águas do rio Uruguai. A Botnia insiste que a poluição ficará dentro dos limites aceitos pela comunidade internacional. "Estamos nos preparando para o início das operações", afirmou a porta-voz da Metsa-Botnia no Uruguai, Florencia Herrera, a uma rádio do país, na sexta-feira. "Não temos uma data precisa, mas acreditamos que começaremos a produzir celulose dentro de uma semana ou um pouco mais do que isso." A decisão do governo uruguaio de autorizar o funcionamento da fábrica deixou furiosas as autoridades argentinas, particularmente porque surgiu de forma inesperada, pouco depois do presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, ter feito um discurso de tom conciliador em Santiago e ter abraçado o presidente argentino, Néstor Kirchner. "Esse comportamento, na minha opinião, parece ser pouco sincero e desafortunado", afirmou na manhã desta sexta-feira o chefe de gabinete do governo argentino, Alberto Fernandez, à Radio 10. Segundo o jornal Clarín, da Argentina, Vázquez afirmou que não tinha de avisar ninguém e nem pedir autorização de ninguém antes de conceder a permissão para a Metsa-Botnia. Meios de comunicação uruguaios disseram que o presidente do país decidiu conceder a permissão depois de Kirchner ter cumprimentado manifestantes ambientalistas nas ruas da capital chilena, na quinta-feira, afirmando que era solidário à causa deles. (Reportagem adicional de Cesar Illiano em Buenos Aires)

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