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Usiminas quer acelerar expansão no exterior e busca aquisições

Por ALBERTO ALERIGI JR.
Atualização:

A maior produtora de aços planos da América Latina, Usiminas, avalia aquisições de ativos siderúrgicos nos Estados Unidos, Europa e América Central, afirmou nesta terça-feira o presidente-executivo da empresa, Marco Antonio Castello Branco. Segundo o executivo, a análise de ativos estrangeiros se insere em uma estratégia de aceleração da internacionalização da empresa, que já tem participação de 14,25 por cento na latino-americana Ternium. "Estamos olhando essas regiões, mas os preços de ativos no exterior estão muito inflacionados e temos prioridade de agregação de valor, não vamos adquirir ativos a qualquer preço", disse o executivo, afirmando que a construção de unidades próprias nessas regiões não está descartada. "Vamos para o exterior, porque nós queremos usar a competitividade de nossas placas. Queremos participar da competitividade não só exportando, mas também beneficiando as placas no produto final", disse o executivo. Segundo ele, a oferta de placas de aço de alta qualidade é a base da companhia para criar uma atividade industrial fora do Brasil. "Temos condições de acelerar nosso programa de verticalização, mas queremos também preservar nosso grau de investimento. Não queremos dar um passo maior que a perna", disse o presidente da Usiminas, que é 25 por cento controlada pela Nippon Steel . Os comentários do executivo foram feitos durante anúncio de aumento da projeção de investimentos em capacidade de produção de aço e mineração, que consumirão 14,1 bilhões de dólares e envolve a construção da terceira usina da empresa no país, em Santana do Paraíso (MG). Para mais informações clique [ID:nN08284535]. Além de mirar o exterior e ampliar a capacidade de produção de placas no mercado interno, a Usiminas também pensa em eventual diversificação de seus negócios para além do setor de aços planos. A Gerdau, maior produtora de aços longos das Américas, está investindo em produção de chapas grossas em Minas Gerais, seara da Usiminas. "Com a nova unidade de Santana do Paraíso teremos uma nova planta que pode crescer em diversas direções. Ela começa com aço líquido e lingotamento contínuo de placas (...) Certamente uma das razões que nos motivou a montar um investimento de expansão é poder diversificar fora do setor de aço plano", disse Castello Branco. "Do ponto de vista físico, preenchemos os pré-requisitos necessários de crescer com laminação de produtos longos em Minas Gerais. Não estou dizendo que vou fazer, mas a Usiminas está autorizada no mínimo a pensar no assunto", afirmou o executivo, acrescentando que a probabilidade da empresa entrar no mercado de vergalhões, especialidade da Gerdau, é muito baixa. MINÉRIO O executivo informou que a Usiminas está fazendo estudos sobre as reservas da mineradora J.Mendes, comprada no início deste ano, e que ainda não decidiu onde instalará uma unidade de pelotização. A Usiminas tem meta de elevar sua produção de minério de ferro de 5 milhões de toneladas anuais para 29 milhões toneladas a partir de 2013. O presidente da Usiminas informou que os reajustes feitos nos preços do aço este ano foram adequados para cobrir impactos de aumentos de custos de produção gerados por uma disparada nos preços do minério de ferro e da energia. "Não é nossa intenção atrapalhar toda a cadeia produtiva (...) Até onde eu vejo, o segundo semestre está sob controle" em termos de pressões de custos sobre a produção de aço, informou o executivo. Apesar de dizer que a Usiminas não tem planos de rever preços de aço além dos reajustes anunciados pela empresa no primeiro semestre, Castello Branco afirmou que "aumentos de preços sempre são possíveis". No primeiro semestre, os preços do aço da empresa subiram cerca de 45 por cento em média. (Edição de Denise Luna)

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