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Vale e Petrobras preparam venda de ativos em 2013

Por MARIANA DURÃO E MÔNICA CIARELLI
Atualização:

O ano de 2013 vai começar com grandes empresas, como Vale e Petrobras, promovendo uma temporada de liquidação de ativos. Por trás disso está a necessidade de caixa para financiar projetos prioritários. Em um momento de depreciação de ativos, o desafio será minimizar perdas com a venda dessas unidades.?Não dá para comparar com os preços de dois anos atrás. O cenário mudou?, afirmou o ex-diretor de investimentos da Previ e chefe de fusões e aquisições do Banco Fator, Fábio Moser. Ele lembra que o período de liquidações, que chega agora ao Brasil, já ocorreu no exterior. Apesar da crise internacional, ele diz que a qualidade dos ativos é boa. Por isso, haverá interessados.O economista Paulo Vicente, da Fundação Dom Cabral, tem uma visão mais preocupante sobre a situação. ?Tem ativos que podem acabar sendo vendidos na bacia das almas?, diz. Além da crise, a ingerência do governo na administração também é vista negativamente: ?O governo tem feito mudanças que aumentaram a incerteza jurídica?.Pressionada pela defasagem dos preços dos combustíveis, a Petrobras planeja a venda de cerca de US$ 14,8 bilhões em ativos. Inicialmente focada na venda de ativos no exterior, a petroleira já estendeu o plano a ativos locais. Em novembro, vendeu por US$ 270 milhões sua fatia de 40% na concessão BS-4, na Bacia de Santos, para a OGX. A empresa precisa de recursos para sustentar seu programa de investimentos de US$ 236,5 bilhões até 2016. No caso da refinaria de Pasadena (EUA), o mercado aponta que a Petrobras pode acabar com um prejuízo bilionário. A estatal pagou US$ 1,18 bilhão pela refinaria, mas ela é hoje avaliada em cerca de um décimo deste valor.A mineradora Vale também está se mexendo para conseguir colocar de pé seu megaprojeto de minério de ferro no Pará, Serra Sul, orçado em quase US$ 20 bilhões. No radar estão ativos de óleo e gás e de logística. Este ano, os desinvestimentos da Vale englobaram ativos na Colômbia e nos Estados Unidos. Além destes, a Vale também se desfez de ativos de ferroligas de manganês na Europa e de navios. Outros ''saldões''Além de Vale e Petrobrás, empresas como a petroleira HRT e a petroquímica Braskem já anunciam a venda de ativos como opção para reforçar o caixa. E a Eletrobrás, que aderiu à proposta do governo de renovação da concessão de energia elétrica, não descarta negociar as seis distribuidoras federalizadas sob seu controle.Outro caso emblemático é o da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), da alemã ThyssenKrupp. O grupo pena para se desfazer da unidade Steel Americas - que inclui a usina de placas no Brasil -, cada vez mais desvalorizada: no último balanço o conjunto foi avaliado em 3,9 bilhões, menos da metade do total investido pela Thyssen. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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