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Lucro da Vale cai 36% no 1º trimestre, para R$ 5,2 bilhões

Desempenho foi reflexo da retração de 12% no preço médio do principal produto da companhia, o minério de ferro

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Por Fernanda Guimarães e Renata Batista
Atualização:

A Vale fechou o primeiro trimestre com uma queda de 36% no lucro, que somou R$ 5,2 bilhões. O desempenho foi reflexo direto da retração de 12% no preço médio do principal produto comercializado pela companhia, o minério de ferro. O resultado da Vale veio abaixo das expectativas de instituições financeiras consultadas pelo Estadão/Broadcast

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Pelos cálculos da companhia, se toda a depreciação do insumo tivesse sido transferida ao resultado, o impacto negativo teria sido de US$ 1 bilhão no desempenho financeiro do período. O balanço foi amenizado pelo recorde de vendas e pela estratégia da Vale de focar na comercialização do chamado “minério premium”, que tem maior teor de ferro e, por isso, gera mais receitas em função de cotações mais elevadas no mercado internacional. 

Vale teve US$ 1,59 bilhões de lucro líquidono primeiro trimestre deste ano, queda de 36,1% em relação ao mesmo período do ano anterior Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

“Chegamos a ter quase US$ 5 de prêmio sobre o índice no nosso portfólio de produtos de minério de ferro, permitindo uma margem geração de caixa (EBITDA) de US$ 40 por tonelada, destacou o diretor executivo de Finanças da empresa, Luciano Siani.

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O balanço da companhia mostra que as vendas de minério e pelotas para a China aumentaram 7%. O país respondeu por 42% da receita de comercialização da Vale no período. Somado, o mercado asiático ficou com uma fatia de 58% das vendas da companhia, que destina outros 17% de sua produção para a Europa. 

Apesar do desempenho mais fraco, o executivo comemorou a redução da dívida, que atingiu o nível mais baixo desde segundo trimestre de 2011. 

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“O primeiro trimestre de 2018 foi marcado pela desalavancagem, com a dívida líquida atingindo US$ 14,9 bilhões, o menor nível desde o segundo trimestre de 2011, mesmo com a companhia pagando US$ 1,4 bilhão de remuneração aos acionistas”, afirmou. Segundo Siani, a meta da companhia agora é baixar o endividamento para um patamar na casa dos US$ 10 bilhões no curto prazo. 

O diretor lembra ainda que, com a nova política de dividendos, o resultado já sinaliza o pagamento de US$ 1 bilhão em dividendos relativos ao primeiro semestre. As novas regras começam a vigorar este ano e são atreladas à geração de caixa, que alcançou US$ 4 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Cifra que corresponde a uma queda de 7,8% frente ao mesmo período do ano passado. 

Previsibilidade. No resultado, o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, destacou que está comprometido a “transformar a Vale em uma empresa mais previsível, para que, em qualquer cenário de preços, o mercado possa facilmente prever seu desempenho”. “Isso só será possível se tivermos total controle de tudo que não seja preços, o que significa que teremos uma política de alocação de capital muito rigorosa, um foco constante em desempenho e esforços contínuos de otimização de custos”, disse. 

Hoje, a empresa realiza duas teleconferências com analistas para comentar os números.

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