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Venda da Embraer para Aerolíneas Argentinas é alvo de suspeita

Segundo jornal 'La Nación', Justiça argentina investiga pagamento de preços excessivos na compra de aviões da Embraer

Por Reuters
Atualização:

Autoridades da Justiça da Argentina realizaram buscas em escritórios da estatal Aerolíneas Argentinas nesta segunda-feira, 29, em meio a acusações de que a companhia aérea pagou preços excessivos na compra de aviões da Embraer. A companhia aérea acertou em maio do ano passado a compra de 20 aviões da Embraer e agora a Justiça investiga Manuel Vázquez, assessor do ex-secretário dos Transportes Ricardo Jaime, por suspeita de superfaturamento no contrato. "Uma operação foi feita hoje (segunda-feira) pela manhã para buscar documentos de compra dos aviões. É uma investigação de suposto superfaturamento", afirmou à Reuters uma fonte judicial pedindo para não ser identificada. A compra dos aviões Embraer 190 tem como objetivo recompor a frota da principal companhia aérea argentina, expropriada sem compensação no final de 2008 do grupo espanhol Marsans. O confisco gerou um conflito ainda sem solução com a empresa espanhola acusada pelo governo argentino de má administração. Em comunicado, a Embraer informou que "repudia veemente especulações sobre a ocorrência de superfaturamento na condução de seus negócios". A companhia divulgou ainda que "não comenta preços e condições comerciais constantes em seus contratos que estão protegidos por cláusulas de confidencialidade". Segundo a assessoria de imprensa da fabricante, o avião modelo 190 pedido pela Aerolíneas tem preço de tabela de US$ 39,5 milhões, com base nas condições econômicas do início de 2009. Nenhuma aeronave do pedido foi entregue à empresa argentina, acrescentou a assessoria. Na segunda-feira, o jornal La Nación publicou reportagem em que afirma que a Justiça argentina investiga Vázquez há cerca de 10 dias, quando uma informação anônima chegou ao juiz federal Sergio Torres e ao diário vinculando o funcionário à compra dos aviões. "Em uma operação entre países seria impensável algum tipo de manobra dolosa como a que se descreve hoje", afirmou o secretário de Transportes, Juan Pablo Schiavi, segundo a agência estatal de notícias Telam, sobre a reportagem do La Nación. "Os aviões foram comprados a preços de mercado" e esses valores "se fixam na transação entre as partes", acrescentou. Segundo ele, foi pago "US$ 700 milhões por 20 aviões". (Por Karina Grazina em Buenos Aires, com reportagem adicional de Alberto Alerigi Jr. em São Paulo)

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