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Montadoras têm melhor resultado em 20 meses

Em agosto, vendas de automóveis no País alcançaram 216,5 mil unidades

Por André Ítalo Rocha e
Atualização:

A indústria automobilística brasileira registrou em agosto o melhor resultado em vendas em 20 meses. No mês passado foram vendidos 216,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O melhor resultado anterior havia sido registrado em dezembro de 2015, com 227,8 mil unidades.

Levantamento mostra que foram comercializados 216,5 mil automóveis no mês; melhor resultado anterior foi em dezembro de 2015, com 227,8 mil unidades Foto: Estadão

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Também foi a primeira vez neste ano que as vendas, medidas por licenciamentos no Renavan (Registro Nacional de Veículos), ultrapassaram a marca de 200 mil unidades. O resultado de agosto é 17,7% superior ao de igual mês do ano passado e 17,1% melhor que o de julho.

No acumulado do ano, as vendas totais somam 1,42 milhão de veículos, 5,3% a mais em relação ao período de janeiro a agosto de 2016.

O crescimento supera a previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de 4% para o ano, e pode ser revisto na próxima semana, quando a entidade apresenta o balanço do setor, com dados de produção e exportações.

Com a melhora das vendas internas e exportações em alta, as montadoras estão aumentando a produção e, em razão disso, estão reduzindo medidas adotadas desde 2015, como férias coletivas, suspensão de contratos (lay-off) e programas de redução de jornada e salários.

Em nota, o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Júnior, diz que o resultado de agosto é reflexo da percepção, por parte de consumidores e investidores, de melhora da economia brasileira. “A queda nas taxas de juros e as boas notícias na retração do desemprego fizeram com que a confiança do consumidor aumentasse”, afirma o executivo.

Segundo ele, a média diária de vendas em agosto, mês que teve 23 dias úteis, foi 4,8% superior a de julho, com 21 dias úteis.

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O segmento de automóveis e comerciais leves é o que puxa o crescimento, com 209,8 mil unidades vendidas, 17,8% a mais ante igual mês de 2016 e 17,3% maior que em julho. No ano, o segmento cresceu 5,8%, para 1,38 milhão de unidades.

“A influência na melhora da inadimplência começou a refletir, diretamente, na aprovação de crédito para compra destes veículos”, afirma Assunção.

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Já o segmento de caminhões, apesar de registrar crescimento de 6,5% no comparativo anual e de quase 10% de um mês para outro, acumula no ano queda de 10,7%, com 34,5 mil unidades. O mercado de ônibus registrou significativa alta de 30,4% na comparação com agosto de 2016 e de 25,7% em relação a julho, mas, no ano, registra queda de 5,4%, para 10,3 mil unidades.

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Consumidores. A venda de automóveis e comerciais leves diretamente para consumidores, que em junho interrompeu um período de três anos e meio de queda, voltou a subir em agosto, após um resultado negativo em julho.

Em agosto, 123,8 mil veículos foram comprados por pessoas físicas, alta de 9,8% em relação a igual mês de 2016. Nos dois primeiros meses em que apresentou crescimento este ano em comparações interanuais, em março e maio, os resultados foram impulsionados por vendas diretas – clientes pessoa jurídica –, como locadoras, produtores rurais e frotistas.

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Apesar de agora as vendas para pessoa física também crescerem, o mercado para pessoa jurídica ainda apresenta desempenhos mais favoráveis. Foram 86 mil veículos leves vendidos para empresários em agosto, expansão de 31,7% em relação a igual mês do ano passado.

Líder. A General Motors segue como líder no segmento de carros e comerciais leves, com 18,2% de participação nas vendas, bem à frente da Fiat (13,9%) e da Volkswagen, (12,5%).

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