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Vendas do varejo sobem 0,5% em setembro, em 7ª alta consecutiva

Até setembro, as vendas do varejo restrito acumulam altas de 3,9% no ano e de 4,8% nos últimos 12 meses 

Por Idiana Tomazelli e da Agência Estado
Atualização:

RIO - As vendas do comércio varejista restrito subiram 0,5% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, a sétima alta mensal seguida, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam desde uma queda de 0,30% a uma alta de 1,30%, com mediana de 0,70%.

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Na comparação com setembro do ano passado, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta 4,1% em setembro deste ano. Nesse confronto, as projeções variavam entre altas de 3% e 6,50%, com mediana de 4,50%.

Até setembro, as vendas do varejo restrito acumulam altas de 3,9% no ano e de 4,8% nos últimos 12 meses.

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 0,7% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam desde queda de 1,60% a alta de 1,00%, com mediana estável.

Na comparação com setembro do ano passado, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta 7,5% em setembro deste ano. Nesse confronto, as projeções variavam entre 3,80% e 10,00%, com mediana de 8,50%. Até setembro, as vendas do comércio varejista ampliado acumulam altas de 3,6% no ano e de 4,9% nos últimos 12 meses.

O IBGE ainda revisou a alta do varejo ampliado apurada para o mês de agosto deste ano. A taxa passou a ser estável, de alta de 0,6% divulgada anteriormente.

 

Sete das dez atividades pesquisadas no varejo tiveram avanço nas vendas. A principal alta veio do setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, cujas vendas cresceram 2,4% no período. Em agosto contra o mês imediatamente anterior, essa alta havia sido de 0,3%. O dólar elevado afetou as vendas em três setores.

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A principal queda veio do setor de veículos e motos, partes e peças, que faz parte do varejo ampliado. Em setembro ante agosto, as vendas caíram 5,1%. Em agosto contra julho, o resultado havia sido de alta de 1,1%.

A redução de 5,1% nas vendas de veículos e motos em setembro ante agosto é reflexo de um contexto econômico menos favorável. "Houve realmente uma redução no volume de vendas, por conta de fatores econômicos, refletindo o que o mercado está dizendo", afirmou o gerente da coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira. "Isso não impede que, no mês seguinte, o setor esteja crescendo", acrescentou.

Para Pereira, o comércio retrata o comportamento da economia como um todo. "Se a economia não está deslanchando como era esperado em termos de produção, ou do próprio crescimento, isso também reflete no comércio." A técnica Aleciana Gusmão ressaltou ainda que, apesar da manutenção na disponibilidade de crédito, o endividamento das famílias também pode levá-las a demandar menos produtos duráveis - o que se percebe também em móveis e eletrodomésticos, que tiveram queda de 0,2% em setembro ante agosto.

Além disso, as políticas de estímulo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o programa Minha Casa Melhor, não têm o mesmo impacto ao longo do tempo. "Elas perdem força em relação ao observado no primeiro momento", disse Aleciana.

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Outro fator, porém, contribuiu para a queda nas vendas de veículos. Segundo Pereira, o processo de ajuste sazonal distribui o impacto dos feriados ao longo do ano, ainda que eles se concentrem em poucos dos 12 meses. "Há também uma explicação técnica", afirmou o técnico.

Apesar disso, o setor de veículos teve alta de 13,9% em setembro contra setembro de 2012, revertendo as quedas observadas no mesmo tipo de comparação nos meses de agosto (-12,7%) e julho (-1,8%). Segundo Aleciana, esse resultado é consequência da base de comparação mais baixa, uma vez que em agosto de 2012 houve uma corrida às concessionárias em função da determinação do governo de que aquele seria o último mês de desoneração para o setor - algo que não se verificou posteriormente, com a sequência de prorrogações do prazo para até dezembro deste ano.

Receita

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A receita nominal do comércio varejista restrito cresceu 0,8% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal. O resultado apurado não tem descontos de inflação. Na comparação com setembro de 2012, sem ajuste, houve avanço de 10,6%. A receita nominal do setor acumula altas de 11,7% no ano e de 12,0% em 12 meses. No varejo ampliado, a receita nominal ficou estável em setembro ante agosto, também sem descontar a inflação no período. Na comparação com setembro de 2012, sem ajuste, o resultado teve alta de 12,7%.

Ainda em relação à receita nominal no setor ampliado do varejo, as altas acumuladas são de 8,7% no ano e de 9,2% em 12 meses. Com isso, a média móvel trimestral avançou 0,3% em setembro, em relação à média trimestral obtida em agosto.

Trimestre

As vendas do comércio varejista restrito subiram 3,2% no terceiro trimestre de 2013, na comparação com o trimestre imediatamente anterior (com ajuste). Na comparação com o terceiro trimestre de 2012, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta 5,5% em setembro deste ano.

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 0,2% no terceiro trimestre de 2013 em relação ao segundo, com ajuste. O resultado veio abaixo do intervalo das estimativas dos analistas, que esperavam alta entre 0,60% e 1,80%, com mediana de 1,00%.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2012, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta de 3,2% no terceiro trimestre deste ano.

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