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Venezuela promete combater 'terrorismo judicial' da Exxon

Por DEISY BUITRAGO
Atualização:

A Venezuela disse na sexta-feira que combaterá o "terrorismo judicial" da ExxonMobil e que é "completamente falso" que a estatal PDVSA tenha 12 bilhões de dólares congelados por causa de processos judiciais movidos pela petrolífera norte-americana. O ministro da Energia, Rafael Ramírez, afirmou que a Exxon, maior empresa dos Estados Unidos, quer desestabilizar a Venezuela e criar pânico sobre suas finanças e que as exportações, o fluxo de caixa e as operações diárias da PDVSA não serão afetadas pelas medidas judiciais. "Estamos surpresos que uma empresa que se vangloria de ter tais níveis de seriedade e operações em todo o mundo pretenda nos ter em uma situação de terrorismo judicial, de terrorismo legal", disse Ramírez, também presidente da PDVSA, a jornalistas. Os títulos da dívida venezuelana continuavam perdendo valor na sexta-feira, depois de desabarem na véspera, quando o mercado se viu sacudido por uma decisão judicial favorável à Exxon que congelava ativos e contas bancárias da PDVSA. A empresa norte-americana exige da Venezuela uma milionária indenização pela nacionalização, em 2007, de um projeto petrolífero operado por ela no país sul-americano. O ministro garantiu que a Venezuela "não tem congelado nenhum ativo", embora tenha admitido que a decisão embargou "temporariamente" cerca de 300 milhões de dólares. "Não vamos ceder diante disso, vamos derrotá-los no terreno [judicial] em que está proposto", acrescentou Ramírez, mostrando-se confiante em derrubar a medida cautelar e em vencer um processo de arbitragem aberto pela Exxon. Na próxima semana, a Venezuela apresentará seus argumentos contra a decisão no tribunal de Nova York que congelou os 300 milhões de dólares. Ramírez disse que as sentenças favoráveis à Exxon em tribunais do Reino Unido, da Holanda e das Antilhas Holandesas não afetam a PDVSA porque a empresa não possui nesses países ativos de 12 bilhões de dólares, a cifra fixada pelos juízes para ser embargada. Em nota divulgada na sexta-feira, a agência de classificação de risco Fitch disse que as medidas judiciais quase não terão impacto em curto prazo nas operações petrolíferas da Venezuela, na sua capacidade de crédito ou na sua flexibilidade financeira. O presidente Hugo Chávez determinou em 2007 que o governo assumisse o controle operacional e acionário de quatro usinas beneficiadoras de petróleo pesado na bacia do Orinoco, o que fez a Exxon e a ConocoPhillips deixarem o país. As multinacionais então abriram processo de arbitragem contra a Venezuela para conseguir uma indenização a preço de mercado por seus ativos na bacia do Orinoco, embora a Conoco tenha adotado uma postura menos agressiva que a Exxon no processo.

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