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Volkswagen e Ford podem se juntar para desenvolver linha de veículos comerciais

Montadoras planejam ‘aliança estratégica’ mundial para reforçar competitividade e o desenvolvimento conjunto de produtos é apenas uma das iniciativas previstas no projeto; parceria, no entanto, não envolve aportes financeiros nem troca de ações

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A alemã Volkswagen e a norte-americana Ford anunciaram nesta terça-feira, 19, uma “aliança estratégica” global para reforçar a competitividade de ambas. De acordo com comunicado conjunto, as montadoras analisam, entre outras iniciativas, uma união para desenvolver uma linha de veículos comerciais.

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Entre as possibilidades estão projetos de novas vans, segmento em que a Volkswagen é forte na Europa, e picapes de grande porte, mercado dominado pela Ford nos Estados Unidos. 

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Sem dar detalhes, o comunicado diz que a parceria teria como objetivo "expandir capacidades, fortalecer competitividade e atender melhor os clientes" Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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As companhias afirmaram que a aliança não envolve aportes financeiros nem troca de ações, mas não deram detalhes. Não há informações também sobre os países em que a parceria poderá ser efetivada. No Brasil, as duas empresas também informaram que detalhes sobre possível impactos no País só poderão ser avaliados futuramente. 

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Thomas Sedran, diretor de estratégia do grupo Volkswagen, ressaltou que as demandas do mercado e dos clientes estão se modificando a uma velocidade “incrível” e que ambas as empresas já têm posições fortes e complementares em diferentes segmentos de veículos comerciais.

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“Para se adaptarem a um ambiente desafiador, é da mais alta importância ganhar flexibilidade por meio de alianças. A potencial colaboração industrial com a Ford é vista como uma oportunidade para melhorar a competitividade global das duas companhias”, afirmou, em nota.

Jim Farley, presidente de Mercados Globais da Ford, disse que a empresa “está empenhada em melhorar nossa qualificação como negócio e alavancar modelos de negócios adaptativos, que incluem trabalhar com parceiros para melhorar nossa efetividade e eficiência”.

Segundo Farley, “essa potencial aliança com o Grupo Volkswagen é mais um exemplo de como podemos nos tornar mais ajustados como negócio, criando ao mesmo tempo um portfólio global de produtos vencedores e expandindo nossas capacidades”.

As duas marcas já estiveram unidas na Autolatina, joint venture que operou no Brasil e na Argentina de 1987 a 1996, mas, nesse caso, é uma parceria mundial que envolve apenas desenvolvimento de produtos.

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Várias montadoras anunciaram parcerias nos últimos meses, a maioria relacionadas a projetos de veículos autônomos e elétricos. A mais recente delas, divulgada na semana passada, é entre a General Motors e a Honda para o desenvolvimento de baterias para carros elétricos. 

Desafios. Além da mudança global que a indústria automobilística enfrenta diante dos novos desafios da mobilidade, Volkswagen e Ford têm desafios particulares a serem resolvidos por suas matrizes.

A marca alemã lida com ações judiciais em razão de fraudes nos testes de emissões de poluentes por veículos a diesel, caso conhecido como “dieselgate”, que resultou em pesadas multas para o grupo, além da prisão, na segunda-feira, do presidente da Audi.

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A Ford anunciou recentemente que deve deixar de vender os sedãs Fiesta, Focus e Fusion nos EUA nos próximos anos, movimento que, futuramente, poderá chegar ao Brasil. A intenção é focar em utilitários-esportivos – os chamados SUVs, segmento que mais cresce em vendas globalmente –, e em picapes, para melhorar sua lucratividade.

Para lembrar.  Volkswagen e Ford uniram operações no Brasil e na Argentina entre 1987 e 1996 na empresa batizada de Autolatina. A marca alemã detinha 51% das ações e a americana, 49%. A fusão envolveu unificação de plataformas de produção que geraram carros praticamente iguais, apenas com nomes diferentes. A estratégia, segundo analistas, desagradou os consumidores. Hoje, isoladas, a Volkswagen é a segunda marca que mais vende carros no País e a Ford a quarta. 

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