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Volkswagen suspende novamente produção em Taubaté e corta um turno de trabalho no ABC

Medidas foram anunciadas uma semana após retorno de operações em três fábricas do grupo em razão da falta de semicondutores para a produção dos veículos

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Uma semana após o retorno das operações de três fábricas do grupo – em São Bernardo do Campo, São Carlos (SP) e em São José dos Pinhais (PR) – a Volkswagen anunciou novas paradas em suas unidades em razão da falta de semicondutores para a produção.

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A empresa informou nesta tarde, 7, que a planta de Taubaté (SP) terá a produção totalmente interrompida por 20 dias a partir da próxima segunda-feira. A unidade que produz os modelos Gol e Voyage já tinha ficado parada por dez dias e retomou atividades em 21 de junho.

Já a fábrica de São Bernardo, que voltou a produzir na última quinta-feira também após dez dias de paralisação, terá o primeiro turno suspenso por 20 dias a partir do dia 19. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a medida deve envolver cerca de 1,5 mil trabalhadores. A unidade mantém as linhas do Polo,Virtus, Nivus e Saveiro.

Com falta de semicondutores, fábrica de Taubaté vai ficar totalmente fechada por vinte dias. Foto: Werther Santana/Estadão

Em nota, a Volkswagen repetiu o que vem dizendo há alguns meses: que tem trabalhado intensamente, em parceria com a matriz e seus fornecedores, para minimizar os efeitos da escassez de semicondutores. “Entretanto, o cenário atual não demonstra o encaminhamento para uma solução definitiva visando a normalização do fornecimento de chips”, assinala.

Suspensão de contratos na GM

Na terça-feira, 7, a General Motors propôs ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) a suspensão do contrato de trabalho de 250 funcionários da unidade local entre 12 de julho e 25 de agosto. 

A fábrica emprega cerca de 3,8 mil funcionários e produz a picape S10 e o SUV Trailblazer. Era a única do grupo na área de automóveis que funcionava sem restrições neste momento. A fábrica de Gravataí (RS), onde é feito o Onix, está parada desde abril, com retorno previsto para meados de agosto. 

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A planta de São Caetano do Sul (SP) suspendeu a produção por seis semanas a partir de 21 de junho, período em que também faz mudanças na linha de produção para a chegada da nova picape Montana

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, a GM também alega falta de peças para a produção, problema que atinge toda indústria automobilística no Brasil e em outros países. A empresa não quis comentar o assunto.

Na segunda feira, 5, a Hyundai paralisou toda a produção em Piracicaba (SP) ao suspender o primeiro turno de trabalho até 15 de julho, “devido à continuidade das condições instáveis de fornecimento de componentes eletrônicos”. Outros dois turnos já estavam suspensos desde o fim de maio (terceiro turno) e 21 de junho (segundo turno), com retorno planejado para 12 de julho.

A suspensão na GM será feita por meio da Medida Provisória 1.045 (Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda). Em assembleia na manhã desta terça-feira, 6, os trabalhadores decidiram que só aceitarão se houver garantia de manutenção de vagas no período em que vigorar o acordo.

“Os trabalhadores da GM já deram o recado: não aceitaremos nenhuma medida que suspenda os contratos sem que os empregos de todos estejam garantidos”, afirma, em nota, o vice-presidente do sindicato, Valmir Mariano. Haverá nova assembleia nesta quinta-feira, 8.

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