
07 de fevereiro de 2017 | 14h04
O grande destaque dos novos materiais descobertos pela ciência é o grafeno, que parece ter saído de um filme de ficção científica. Em 2004, Andre Geim e Konstantin Novoselov, professores da Universidade de Manchester, usaram fita adesiva para separar pedaços de grafite até restar apenas um átomo de espessura. Foi assim que surgiu o grafeno, material composto por átomos de carbono e que contém alguns "poderes especiais". Ele é um dos materiais mais fortes, mais leves e mais finos já conhecido pela humanidade, além de ser transparente, elástico e possuir propriedades elétricas e óticas. Diversas empresas e laboratórios estão estudando o material, apostando que ele será a principal matéria-prima da tecnologia no futuro, presente em smartphones, computadores e outros gadgets.
Outra vedete que empolgou os cientistas é a chamada seda de aranha, ou "spider silk". Apesar de semelhante à seda produzida por bichos-da-seda, os fios da aranha são mais fortes e até cinco vezes mais resistentes do que o aço, além de serem flexíveis e não desencadearem reações alérgicas em seres humanos. Mesmo com tantas qualidades, o material se mostrou inviável para uso em larga escala, pois não pode ser recriado em laboratório. Para obter essa matéria-prima é preciso contar com a disposição das aranhas em produzir o fio de seda. Apesar dessa limitação, para Arie Halpern o material pode servir de inspiração para os cientistas criarem novos componentes.
O mais novo integrante da lista de materiais mágicos é o hidrogênio atômico metálico. Dois físicos da Universidade de Harvard anunciaram no começo deste ano a criação do elemento em laboratório pela primeira vez, mas o feito foi encarado com ceticismo pela comunidade científica mundial. A existência do hidrogênio em estado metálico foi descoberta pela primeira vez há cem anos, contudo até o momento ninguém havia conseguido produzi-lo fisicamente. Para transformar o hidrogênio gasoso em hidrogênio atômico metálico, os cientistas prensaram uma pequena quantidade do elemento a uma temperatura de -270°C, com uma pressão 5 milhões de vezes maior que a pressão atmosférica a nível do mar. O hidrogênio gasoso passou assim para o estado líquido, depois sólido, até que as ligações entre os átomos se quebraram, formando uma estrutura cristalina e tornando-o condutor elétrico, característica típica dos metais. Acredita-se que o elemento possua propriedades metaestáveis, o que significa que se a pressão for removida, ele manterá a forma metálica, tornando-se um supercondutor. "Se a estabilidade do hidrogênio metálico for comprovada, poderemos economizar muita energia que é normalmente dissipada durante sua condução", explica Arie Halpern.
Website: http://ariehalpern.com.br/
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