31 de janeiro de 2017 | 17h06
Na avaliação da Deloitte, o atual perfil do CIO brasileiro é reflexo de uma tradição local de cobrança diária para que os profissionais dediquem mais tempo à operação. Contudo, esse relacionamento não reflete o desejo dos líderes de tecnologia e quase 50% entendem a necessidade de adaptação de seu padrão à medida que a empresa se desenvolve em termos de tecnologia.
Para o vice-presidente da Assespro-SP (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação - Regional São Paulo), Eduardo Nistal, a preocupação com gestão de custos é resultado do cenário da economia local, que enfrentou queda significativa nos últimos dois anos. "Até por pressão interna das empresas, como um todo, acho que isso levou os CIOs a olharem para essa questão dos custos", acredita.
Em nível global, os resultados do levantamento mostram que 78% dos CIOs afirmam que alinhar o seu setor à estratégia de negócios e às metas de desempenho é a principal capacidade de TI essencial para o sucesso desses profissionais no cumprimento de suas atividades.
A pesquisa revela ainda que os líderes brasileiros prezam tanto pela interação e comunicação, quanto pela compreensão das mudanças e inovações alinhadas à cultura de alta performance, deixando cada vez mais distante o modelo tradicional. Neste sentido, os dados da pesquisa apontam para a compreensão de que, cada vez mais, os CIOs estão evoluindo para uma posição mais estratégica na organização, e não mais apenas de entrega de serviços e soluções.
No que diz respeito às capacidades esperadas de TI, o grande foco dos líderes brasileiros se dá na inovação, com a adoção de novas tecnologias para o negócio e a melhoria de processos já existentes.
Assim como no resultado geral, o Brasil entende que o alinhamento estratégico entre as ações de TI e os negócios (79% dos respondentes brasileiros) é essencial para o sucesso da organização.
Outra observação diz respeito ao interesse crescente dos CIOs brasileiros por novas tecnologias, como digital, analytics e cloud computing, sendo estes três considerados os segmentos de maior impacto para o negócio nos próximos dois anos, bem como os que receberão mais investimentos no mesmo período.
Segundo o vice-presidente da Assespro-SP, este tipo de pesquisa é fundamental e supre uma carência de estudos locais, sendo de grande interesse da associação a divulgação e colaboração com estudos deste gênero.
"Acredito que no médio prazo, após os reflexos da crise econômica, os CIOS brasileiros começarão a focar em soluções para os clientes para tentar apoiar a empresa como um todo, trazendo, assim, inovações para o cliente final. Neste sentido, deve se igualar à preocupação dos CIOs em nível global, os quais se mostram mais preocupados com os clientes", finaliza Eduardo Nistal.
Website: http://assespro-sp.org.br/
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