
07 de fevereiro de 2017 | 10h42
"Nosso primeiro relatório foi aprovado sem restrições pela Secretaria do Meio Ambiente do Paraná (SEMA)", afirma Paulo Camatta, gerente executivo da ALMACO. A associação também forneceu para a SEMA o certificado de destinação ambiental correta dos resíduos ? no caso, o coprocessamento em fornos de cimenteiras.
De início, o programa contempla a logística reversa de componentes de ônibus, como tetos, grades e para-choques. Conforme o Termo de Compromisso (TC) assinado pela ALMACO, depois de doze meses de funcionamento o programa abrangerá 29 municípios paranaenses e terá recolhido, em quatro pontos de coleta, 5.000 kg de materiais compósitos.
A fiscalização já começou, e a responsabilidade pelo pós-consumo passou a ser dos fabricantes das peças. "Caso eles não façam parte do programa, estarão sujeitos a multas pesadas, a exemplo do que acontece nos segmentos de pneus e filtros de óleo", alerta Camatta. Já foram registradas no Paraná autuações de mais de R$ 150 mil para as empresas que descumpriram o acordo de logística reversa. A ALMACO, informa o gerente executivo, também está orientando os seus associados a adquirir matérias-primas apenas dos fabricantes cadastrados no programa.
Os aspectos práticos do projeto ficam a cargo da Geoquímica, empresa responsável por recolher as peças pós-consumo de compósitos em oficinas de ônibus e garantir a destinação correta. Localizada em São José dos Pinhais (PR), a Geoquímica já trabalha com a logística reversa de embalagens de lubrificantes e filtros automotivos.
O plano elaborado pela ALMACO conta com o apoio da consultoria Masimon e de treze empresas da cadeia produtiva de compósitos: Ashland, CPIC, Jushi, Marcopolo, Mascarello, Morquímica, MVC, Neobus, O-tek, Owens Corning, Reichhold, Royal Polímeros e Tecnofibras. Também colaboram com o projeto a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (FABUS) e o Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE).
"Os trabalhos relacionados à logística reversa baseiam-se em comitês tripartites. Além de uma associação de classe, como a ALMACO, é necessária a participação de órgãos governamentais. No nosso caso, a SEMA e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP)", completa Camatta.
Resultantes da combinação entre polímeros e reforços ? por exemplo, fibras de vidro ?, os compósitos são conhecidos pelos elevados índices de resistência mecânica e química. Há mais de 50 mil aplicações catalogadas em todo o mundo, de caixas d'água, tubos e pás eólicas a peças de barcos, trens e aviões.
Fundada em 1981, a ALMACO tem como missão representar, promover e fortalecer o desenvolvimento sustentável do mercado de compósitos. Com administração central no Brasil e sedes regionais no Chile, Argentina e Colômbia, a ALMACO tem cerca de 400 associados (empresas, entidades e estudantes) e mantém, em conjunto com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Centro de Tecnologia em Compósitos (CETECOM), o maior do gênero na América Latina.
Website: http://www.almaco.org.br
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