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Recuperação dos EUA está exposta a riscos significativos, diz Fed

Efeitos da crise da dívida da zona do euro e falta de confiança dos consumidores e das empresas norte-americanas são algumas das ameaças ao crescimento da economia do país

Por Gustavo Nicoletta (Broadcast), Regina Cardeal e da Agência Estado
Atualização:

Vários membros do Federal Reserve acreditam que o risco de os EUA entrarem em recessão no curto prazo diminuíram, mas boa parte deles também acha que o crescimento da economia do país corre um risco significativo de ficar abaixo das estimativas do banco central, segundo a ata da reunião de política monetária ocorrida no início deste mês.Entre os riscos citados pelas autoridades, estão possíveis efeitos negativos da intensificação dos problemas financeiros da Europa sobre a economia e os mercados financeiros norte-americanos, além de vulnerabilidades relacionadas à fraqueza na confiança dos consumidores e das empresas e do impacto de uma consolidação fiscal maior do que a prevista no curto prazo.O Fed estima que o Produto Interno Bruto dos EUA crescerá de 1,6% a 1,7% em 2011, estimativa menor do que a anterior, divulgada em junho, que ia de 2,7% a 2,9%. Para 2012, a estimativa é de uma expansão de 2,5% a 2,9%. Para os próximos trimestres, a perspectiva é de crescimento econômico moderado. "Embora acreditem que a recuperação econômica receberá suporte da política monetária acomodatícia, de melhorias na posição financeira das famílias e empresas e de um aumento na demanda por bens e serviços, os membros acreditam que alguns fatores podem continuar restringindo o ritmo de crescimento econômico", afirma a ata. Os fatores incluem uma fraqueza persistente nos mercados de trabalho e de habitação, o aperto nas condições de crédito para muitas famílias e pequenas empresas e a volatilidade elevada dos mercados financeiros. Meta de inflação

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A ata da reunião também mostrou que os membros da instituição discutiram sobre transparência e estratégias de política monetária durante o último encontro e que alguns membros destacaram o fato de outros bancos centrais do mundo fixarem objetivos explícitos de inflação.

Segundo a ata, "muitos participantes (do FOMC, o Comitê Federal de Mercado Aberto) apontaram os méritos de especificar um objetivo explícito para a inflação no longo prazo, mas foi destacado que esse tipo de medida pode ser mal interpretada como ênfase à estabilidade dos preços em detrimento do nível máximo de emprego". Diante disso, alguns membros sugeriram a adoção de uma meta numérica para a inflação, desde que fosse explicitado que o Fed trabalha tanto para estabilizar os preços quanto para garantir o nível máximo de empregabilidade nos EUA. Ainda de acordo com o documento, o presidente do Fed, Ben Bernanke, pediu que o subcomitê de comunicações do banco central norte-americano considere um possível comunicado sobre os objetivos e estratégias de longo prazo do FOMC. Segundo a ata, Bernanke também estimulou o subcomitê de comunicações a explorar potenciais formas de incorporar informações sobre a avaliação dos participantes sobre política monetária apropriada no sumário de projeções econômicas divulgado após a reunião do Fed.

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