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Dólar cai pelo 3º dia e chega a R$ 1,80, na mínima em um mês

Maior interesse de investidores em ativos locais fez moeda norte-americana recuar 0,93%, na menor cotação desde 21 de janeiro

Por Reuters
Atualização:

O dólar caiu pela terceira sessão consecutiva nesta sexta-feira, 19, voltando ao mesmo patamar de quase um mês atrás, com mais interesse de investidores estrangeiros em ativos locais.

 

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A moeda norte-americana recuou 0,93%, para R$ 1,805. É a menor cotação de fechamento desde 21 de janeiro. No mês, o dólar acumula queda de 4,24%.

 

De acordo com profissionais de mercado ouvidos pela Reuters, a atuação de investidores estrangeiros no mercado futuro está por trás da recente queda do dólar. Desde 9 de fevereiro, os não-residentes têm se desfeito de posições defensivas criadas em meio ao temor sobre a situação fiscal da Grécia e a possibilidade de um agravamento da crise.

 

Segundo dados da BM&FBovespa, os estrangeiros tinham na quinta-feira US$ 4,225 bilhões em posições compradas na moeda norte-americana. No dia 9, essas posições - que equivalem a uma aposta na alta do dólar - eram de US$ 7,037 bilhões nos mercados de cupom cambial e dólar futuro.

 

"Com o cenário mais positivo depois do Carnaval, eles reverteram e venderam um pouco", disse o operador de câmbio de uma corretora nacional, que preferiu não ser citado.

 

A maior simpatia dos investidores estrangeiros com o real foi acompanhada por um retorno à bolsa paulista. Na Quarta-Feira de Cinzas, por exemplo, houve R$ 589 milhões em compras líquidas de ações - invertendo as saídas do começo do mês. Agora, o saldo dos estrangeiros na Bovespa está positivo em R$ 414 milhões no mês, até dia 17.

 

Nesta sessão, a queda do dólar ante o real também foi favorecida pelo comportamento dos mercados internacionais, já que, à tarde, começou a predominar no mercado a avaliação de que a decisão do Federal Reserve de subir a taxa de redesconto não representou um aperto monetário, e sim um sinal de fortalecimento do setor financeiro global.

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Num primeiro momento, o dólar havia se fortalecido em todo o mundo por conta da decisão do Fed de elevar a taxa de juro cobrada de bancos em empréstimos emergenciais de 0,50% para 0,75%.

 

"O euro reagiu bem agora à tarde. Ontem sofreu bastante com o anúncio do Fed, mas acho que já digeriu a informação. Afinal, o Fed disse que não mudou a visão da economia", disse o operador de câmbio de um importante banco nacional, que também preferiu não ser identificado.

 

Dados parciais da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa mostram um volume de pouco mais de US$ 2 bilhões nas operações do mercado à vista a poucos minutos do fim da sessão. Os dados incluem a maior parte das operações, mas exclui o leilão de compra do Banco Central.

 

(Por Silvio Cascione)

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