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Dólar tem leve alta com Fed e incerteza sobre Grécia e fecha a R$ 1,850

Moeda norte-americana subiu 0,22%; no mês, dólar ainda acumula baixa de 1,86%

Por Reuters
Atualização:

O dólar fechou em leve alta frente ao real nesta quarta-feira, 10, depois de um dia de bastante incerteza no exterior a respeito da ajuda europeia à Grécia e da recepção desfavorável aos planos do Federal Reserve para o início da retirada do estímulo econômico nos Estados Unidos. A moeda norte-americana subiu 0,22%, a R$ 1,850. No mês, o dólar ainda acumula baixa de 1,86%. O dia começou com o dólar emplacando a terceira queda consecutiva, como reflexo da expectativa internacional sobre uma possível ajuda europeia à Grécia. Naquele momento, o euro tinha leve alta, rondando o patamar de US$ 1,38. "Hoje foi a trajetória da moeda europeia que ditou o ritmo", disse Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da corretora Hencorp Commcor. Ministros de Finanças dos países da zona do euro se reuniram, e um plano deve ser apresentado na quinta-feira, de acordo com fontes ouvidas por publicações na França e na Bélgica. A Grécia tem preocupado os mercados desde o começo do ano por causa do enorme déficit que vinha desestabilizando o euro. Ao longo do dia, porém, a moeda comum perdeu força com a falta de informações claras sobre o possível socorro à Grécia. Além disso, o anúncio de detalhes do plano do Fed para a retirada de estímulos econômicos favoreceu a alta do dólar em todo o mundo. Com isso, o euro caiu às mínimas do dia, ficando brevemente abaixo de US$ 1,37. Ante uma cesta com as principais moedas, o dólar subia 0,2% no fim da tarde. Nassar destacou, porém, que a intensidade dos movimentos foi menor que na véspera, dia também marcado pelo vaivém na Europa. Menos dólares no mercado No âmbito doméstico, dados do Banco Central mostraram que a entrada de dólares no país se intensificou na semana passada, mesmo com a volatilidade internacional que empurrou a taxa de câmbio a quase US$ 1,90. O saldo positivo do fluxo cambial no mês é de US$ 1,917 bilhão. Desse montante, o BC comprou, em operações liquidadas neste mês, somente US$ 54 milhões. A sobra de dólares indica que não há necessidade de que o BC inverta sua atuação e passe a vender moeda no mercado à vista, afirmou Sidnei Nehme, diretor-executivo da corretora NGO. O dado também aponta que a taxa de câmbio tem sido mais influenciada pela atuação de investidores no mercado futuro, e não no segmento à vista, disse. Os mercados de dólar futuro e cupom cambial têm assistido desde o começo do mês um aumento na demanda de dólares por investidores estrangeiros. Do dia 1o ao dia 9, as posições compradas na moeda norte-americana, que configuram uma aposta na alta da divisa, subiram de US$ 3,458 bilhões para US$ 7,037 bilhões, segundo a BM&FBovespa. De acordo com cálculos do banco BNP Paribas, a atuação menos intensa do Banco Central permitiu que os bancos aumentassem a quantidade da moeda norte-americana em caixa para US$ 4,5 bilhões. No fim de janeiro, as posições compradas dessas instituições no mercado à vista eram de US$ 2,7 bilhões.

(Silvio Cascione)

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