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É possível investir em mercados de ações de outros países sem sair do Brasil

Opção de investimento vale a pena somente para grandes investidores, com recursos disponíveis de pelo menos US$ 4 milhões

Por Roberta Scrivano , Luiz Guilherme Gerbelli e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

É possível investir em mercados de ações de outros países sem sair do Brasil Opção de investimento vale a pena somente para grandes investidores, com recursos disponíveis de pelo menos US$ 4 milhões

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Já pensou em negociar ações na bolsa de Nova York, Hong Kong ou Frankfurt? Se o seu volume de recursos para investimento é maior que US$ 4 milhões, poderá transformar a ideia em realidade de forma independente.

O processo é burocrático e demorado, mas pode ser vantajoso se houver foco na negociação, segundo especialistas em finanças pessoais.

"Os grandes especuladores se movimentam de um país para outro. Eles escolhem alguns setores e apostam nisso. Ganham muito mais do que a média", comenta Evaldo Alves, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Abrir uma conta em um banco no país em que se deseja investir é o primeiro passo. "Além disso, é preciso expatriar o dinheiro, ter tradutor juramentado, utilizar o cartório do consulado, agente custodiante aqui e lá, entre outros fatores", diz o consultor e educador financeiro Mauro Calil.

O especialista garante que investimentos abaixo de US$ 4 milhões neste método de aplicação não são vantajosos. "O mercado brasileiro tem ótimas oportunidades para quem tem menos que isso", diz.

Ele explica que, por ano, é procurado pelo menos três vezes por interessados nessa modalidade de investimentos. "E, na maioria das vezes, quando mostro a burocracia e o custo que ela tem, eles desistem", diz.

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Alves, da FGV, comenta que esse tipo de investidor, em geral, aplica fora do Brasil com foco em algum negócio específico. Se o investidor tem uma informação com antecedência, por exemplo, de uma oferta de ações que ocorrerá fora do País e que tem boas perspectivas de rentabilidade, ele parte para a outra bolsa de valores estrangeira.

Alexandre Chaia, professor de finanças do Insper, diz que também há muitas pessoas que fazem isso com o intuito de proteger seu capital. "É mais comum do que parece. Há muitos bancos com sede fora do Brasil, mas com atuação forte aqui, que fazem toda essa burocracia para o interessado."

Conhecimento. Se o investimento em ações na Bovespa exige conhecimento do investidor, para aplicar em papéis fora do País o nível de informação deve ser ainda maior. "São muitas informações. O investidor precisar estar atento tanto nos movimentos econômicos nacionais, quanto nos internacionais", diz Rogério Bastos, da consultoria FinPlan. Além disso, de acordo com Fábio Colombo, administrador de investimentos, pode ser muito mais trabalhoso ter informações das empresas estrangeiras. Os balanços das companhias, por exemplo, são divulgados no idioma local.

"E é por isso que quem vai pra bolsa fora do País tem bastante recurso para investir e parte para fora com um foco específico", reforça o educador financeiro Calil.

Parcerias da Bovespa. Atualmente, a Bovespa possui parceria com 25 bolsas de países diferentes. A última parceria deste tipo foi feita na primeira quinzena de dezembro com a Bolsa de Santiago. Até agora, no entanto, não há integração na negociação de papéis em nem uma das parcerias. Para especialistas em investimentos haverá em breve a integração total desses processos.

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