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Professor de Finanças da FGV-SP

Planeje com detalhes a sua aposentadoria

Primeiro passo é definir quais as condições de vida almejadas, como estilo de vida, local de moradia, viagens e tudo mais

Por Fábio Gallo
Atualização:

Tenho 55 anos e contribuo ainda com um plano PGBL com R$ 1 mil por mês. Tenho aproximadamente R$ 500 mil nesse plano, valor bruto, sendo que, pelo tempo de contribuição, a incidência de IR seria de 15%. Não há taxa de administração. Vale a pena manter a contribuição ou seria melhor migrar tudo para outra aplicação?

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Um plano de previdência privada sem taxa de administração é um investimento bom, a princípio. Mas, a resposta final deve vir da análise da performance do plano. Em outros termos, depende da rentabilidade que ele está oferecendo, dado o seu grau de risco. Sempre é indicado que o investidor realize uma comparação desse plano com outros similares. No entanto, acredito que deva ser difícil o atual plano ser pior do que os comparáveis em virtude da isenção de taxa. Por outro lado, você deve fazer, também, uma análise mais abrangente sobre o seu planejamento financeiro. Pela sua idade e tipo de aplicação, você está direcionando o seu investimento para a aposentadoria. Se essa for sua intenção, vale a pena planejar com detalhes como você pretende viver esse novo momento de vida. O primeiro passo é definir quais as condições de vida almejadas, como estilo de vida, local de moradia, viagens e tudo mais para que você possa estimar qual será o seu nível de gasto mensal. A resposta buscada aqui é se o valor total líquido que você deverá acumular quando atingir a época de sua aposentadoria irá proporcionar a renda mensal para você viver como o desejado. É um exercício trabalhoso, mas importante para que você possa ter o grau de bem-estar desejado. Todas as pesquisas atuais nessa área indicam que aqueles que se dizem com alto grau de bem-estar quando aposentados são aqueles que vivem como planejaram a sua aposentadoria – e isso não tem a ver com grau de riqueza, mas com grau de satisfação com a vida. Eu ouço constantemente pessoas dizerem que não estão satisfeitas com a sua vida de aposentados, que não conseguiram chegar onde haviam planejado.

Eu tento de todos os modos, mas não consigo organizar a minha vida financeira. Sou eu ou é essa situação confusa que vive o País?

Sem dúvida a situação econômica, política e social em que vivemos deixa as coisas mais difíceis e atrapalha muito a nossa vida financeira. Mas, a maior parte de nossos problemas financeiros vem da falta de organização e planejamento. Vamos a algumas dicas que ajudam muito em relação a nossas finanças. A) Crie um calendário financeiro, com maior detalhe possível, para você não esquecer de pagar ou cobrar em dia. B) Defina um orçamento anual considerando todos os objetivos da sua vida, com datas de realização e valores. C) Acompanhe seu patrimônio líquido, que é a diferença entre seus ativos e dívidas. Isso pode ajudar a saber o progresso que você está obtendo em relação aos seus objetivos financeiros ou avisá-lo se estiver se perdendo. D) Faça uma dieta financeira, caso você esteja consistentemente gastando demais, isso vai tira-lo dessa rotina. E) Acompanhe o seu dinheiro diariamente: dedique alguns minutos de seu dia para verificar o seu orçamento e o seu extrato bancário, verifique tarifas e juros cobrados. F) Alimente a mentalidade da poupança e não do gasto. Paga-se primeiro. Na hora de consumir, pergunte-se: eu preciso ou eu quero isso? Busque conhecer mais sobre finanças, particularmente sobre como e em que investir. Seja dedicado quando estiver investindo. Com os novos hábitos adquiridos, você verá que o seu esforço foi recompensado.

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