Um projeto de lei que começou a tramitar no Senado quer estipular uma data de validade para as cédulas de dinheiro. O prazo seseria determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) e impresso em alto-relevo nas notas, podendo dar fim ao famoso dinheiro guardado embaixo do colchão. O projeto será analisado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da casa.
Segundo o autor, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), o objetivo é dificultar a lavagem de dinheiro ao inibir o acúmulo de grandes quantias em espécie, principalmente às vesperas das eleições. Ele citou como exemplo os R$ 51 milhões em dinheiro vivo encontrados pela Polícia Federal em um apartamento em Salvador (BA) ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Além de evitar o "entesouramento", avalia o autor, a medida seria uma forma de estimular a circulação das notas e tornar a economia mais dinâmica.
O projeto está aberto para consulta pública no site do Senado.
Colchão. Levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) realizado em agosto apontou que 19% dos brasileiros que poupam deixam o dinheiro guardado na própria casa.
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A principal razão mencionada, por 42% dos entrevistados, é a liquidez – ou seja, a facilidade para dispor desse dinheiro quando precisam usá-lo em momentos de necessidade. Também se destacam a percepção de que não vale a pena deixar pouco dinheiro investido em banco (35%) e a sensação de segurança (15%).