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Distratos no setor imobiliário sobem 14% em março

Lançamentos subiram 22,1% em relação ao mesmo mês de 2015, mas alta ainda não indica uma tendência de melhora, segundo executivo do setor

Por Lucas Hirata
Atualização:

SÃO PAULO - Os cancelamentos de vendas, conhecidos como distratos, somaram 4.438 em março, número 14,0% superior ao volume observado em igual mês de 2015, de acordo com estudo divulgado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em conjunto com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

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No acumulado do ano até março, o total de distratos foi de 11.524 unidades, alta de 4,7% frente ao volume observado no primeiro trimestre de 2015. Nos últimos 12 meses, foram rescindidas as vendas de 50.166 unidades, o que representou uma elevação de 6,6% frente ao período anterior.

Luiz Fernando Moura, diretor da Abrainc, ressaltou que o perfil dos compradores tem mudado, acompanhando o novo ritmo do setor. "Estão ficando no mercado mais pessoas que compram para morar ou que investem com expectativa de retorno a médio e longo prazos", concluiu o executivo. Quando considerados os distratos como proporção das vendas por safra de lançamento, a taxa de distratos das unidades vendidas no primeiro trimestre de 2014 apresenta o índice mais elevado da série histórica: 17,3%. 

Lançamentos de imóveis subiram 22,1% em março, enquanto as vendas caíram 14,8% Foto: Hélvio Romero/Estadão

Lançamentos. Os lançamentos de imóveis atingiram 9.534 unidades em março de 2016, o que representou uma alta de 22,1% em relação ao mesmo mês de 2015. Considerando os valores acumulados no ano até março, foram lançados 14.172 unidades, volume 18,2% superior ao total lançado em igual intervalo de 2015. Ao analisar os últimos doze meses, o total lançado, de 65.740 unidades, ainda mostrou tendência de queda, com baixa de 6,0% face ao período precedente.

O vice-presidente executivo da Abrainc, Renato Ventura, apontou que a alta nos lançamentos no mês de março ainda não pode ser caracterizada como tendência, pois falta confiança do setor em retomar o crescimento diante do cenário econômico atual. "Ainda há dificuldade no cenário, com impacto no crédito e na confiança do comprador", ressaltou.

Vendas. As unidades vendidas em março somaram 10.804, recuo de 14,8% em relação a igual período de 2015. No ano até março, as vendas do setor atingiram 23.460 unidades, queda de 16,0% frente ao ano anterior. Considerando os últimos 12 meses, o setor vendeu 105.020 unidades, contração de 15,8% frente ao período anterior.

O estudo também mostrou que foram entregues 12.734 unidades em março, aumento de 14,0% na relação anual. No acumulado do ano até março, as entregas totalizaram 29.505 unidades, número 14,0% superior ao observado no igual período do ano anterior. No acumulado de 2016 até março), as entregas chegaram a 29.505 unidades, volume 4,2% inferior ao observado na mesma base de 2015. Nos últimos 12 meses, as entregas somaram 124.561 unidades, o que representou uma queda de 21,4% frente ao período precedente

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Em sua oferta final, o mercado disponibilizava 113.022 unidades para compra, no fim de março. Nos três primeiro meses do ano, foi vendido o equivalente a 8,9% a oferta do período, porcentual que representou uma queda de 2,1 ponto porcentual face à velocidade de vendas, medida pelo indicador de Vendas sobre Oferta (VSO), observado no mês igual de 2015, quando atingiu 11,0%. Ao ritmo de março, seriam necessários 11,2 meses para vender toda a oferta atual. No mês passado, era estimado um prazo de 16,6 meses. 

Os indicadores Abrainc-Fipe são elaborados pela Fipe com informações de 19 das 26 associadas da Abrainc que atuam em todo o País. Fazem parte da Abrainc: a Alphaville Urbanismo, Brookfield, Canopus, Cury, Cyrela, Direcional, Emccamp, Esser, Even, EZtec, Gafisa, Helbor, HM, JHSF, MRV, Odebrecht Realizações, Patrimar, PDG, Plano & Plano, Rodobens, Rossi, Setin, Tecnisa, Tenda, Trisul e Yuny.

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