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Voluntariado de empresas ajuda a desenvolver soft skills de funcionários

Além de estreitar laços com comunidades beneficiadas, ações ajudam no desenvolvimento dos funcionários; para empresas, investimento fortalece cultura e retém talentos

Por Marcos Leandro
Atualização:

Dentro de um escopo de ações de responsabilidade social, muitas empresas investem no voluntariado como forma de estreitar laços com as comunidades que vivem no entorno. A prática, além de trazer benefícios para os grupos ajudados, também impacta positivamente os funcionários que participam. Segundo censo realizado pelo Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE) em 2018, o desenvolvimento de competências e habilidades dos colaboradores é o principal benefício apontado por companhias que realizam ações frequentes.

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“O voluntariado empresarial ajuda no desenvolvimento de algumas soft skills, como a empatia, por exemplo. Uma pessoa nunca volta igual de uma oportunidade de voluntariado. Além disso, essa prática também ajuda em questões organizacionais como sentimento de pertencimento, melhora de clima interno e integração da equipe”, explica Marcelo Nonohay, especialista em voluntariado corporativo e diretor da MGN. Outro ponto é em relação ao S do ESG (ambiental, social e governança). “É uma excelente maneira de estabelecer relacionamentos verdadeiros com a comunidade, compartilhar valores e tentar ajudar, de fato, a superar problemas sociais”, completa. 

Há mais de 22 anos no Brasil, a Fundação Telefônica Vivo é um dos pilares responsáveis pela esfera social no conceito ESG da operadora. Entre as ações realizadas está um programa de voluntariado que, segundo Renato Gasparetto, vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Vivo, é uma das principais iniciativas do mundo. A gestão desse projeto é feita por meio do modelo de governança, onde comitês participam da escolha das instituições beneficiadas, na definição e execução do projeto e no engajamento dos demais colaboradores. 

Vivo realiza ação de voluntariadoreferente ao Outubro Rosa com clientes. Foto: Divulgação

“Neste ano, em parceria com a Gerando Falcões, estimulamos os colaboradores a doarem cestas básicas e estabelecemos a meta de arrecadar 5 mil cestas. Caso cumprissem, doaríamos mais 10 mil, totalizando 15 mil cestas básicas. Além da meta, ainda fizemos um aporte adicional e, em dinheiro, a doação representou R$ 1 milhão de reais, distribuídos a 12.500 pessoas. As cestas foram entregues pela Gerando Falcões por meio de um cartão alimentação. Assim, cada família pôde realizar as compras de acordo com suas necessidades, utilizando o comércio local”, conta Renato.

A empresa também realiza o Dia dos Voluntários Telefônica, que aconteceu no dia 8 de outubro de maneira online e mobilizou cerca de 4.800 colaboradores. “A ação beneficiou 64 projetos de todas as regiões do Brasil. Entre as instituições atendidas, 61% têm foco em educação na escola pública”. Durante o dia, cada funcionário pôde participar de até quatro ações entre: atividades de capacitação (como palestras de carreira, aulas de libras e oficinas); recreação (como contação de histórias, jogos online e lives musicais); conteúdo (sobre comunicação, uso de redes sociais e elaboração de currículos); e interação e apoio (como troca de cartas e mensagens, rodas de conversas e doação). 

Pela primeira vez em 2021, o programa de voluntariado da empresa promoveu uma ação focada nos consumidores. Em 20 lojas da Vivo, no estado de São Paulo, funcionários fizeram uma mobilização de clientes sobre a prevenção do câncer de mama como parte da campanha do Outubro Rosa. Renato conta que os colaboradores têm alto engajamento no programa e mais de 20 mil voluntários participaram das iniciativas promovidas ao longo do ano passado.

Para o executivo, tudo isso também se reverte em profissionais que gostam e querem ficar na companhia. “Cada vez mais, a atuação social da empresa é um elemento estratégico na retenção e manutenção de talentos, pois muitos enxergam a participação em atividades voluntárias como oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional que impactam na sociedade”, afirma. Todas as ações fazem parte de um calendário anual da empresa e a Vivo doa 8 horas do dia de trabalho dos voluntários para participação nessas atividades. 

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Compromisso com mudanças duradouras

A Starbucks tem como legado ajudar a tornar o mundo um pouquinho melhor. “Todos os dias, em todo o mundo, nossos colaboradores apoiam as comunidades nas regiões onde estamos presentes. Sabemos que eles desejam trabalhar para uma empresa que defende as causas que também mais importam para eles, e a Starbucks tem o compromisso de ser essa empresa que promove mudanças significativas na sociedade”, conta Sandra Collier, diretora de Marketing, Loyalty e Categorias da SouthRock, empresa que controla a operação da Starbucks Brasil.

“Desde que chegamos no Brasil, há 15 anos, construímos uma empresa que vai além de servir a uma boa xícara de café aos nossos clientes, mas que também demonstra um compromisso contínuo em investir nas comunidades”. A companhia realiza anualmente o Mês Global do Bem, uma iniciativa que acontece em abril e dá destaque para os projetos beneficiados pela rede de cafeterias. Além dessa ação, as lojas brasileiras também realizam outras iniciativas de voluntariado. 

No começo deste ano, aStarbucks realizou o Mês Global do Bem. Foto: Divulgação

“Implementamos diversas ações como arrecadação e doação de roupas, alimentos não perecíveis e livros, incentivo à doação de sangue, distribuição de artigos de higiene pessoal, visitas a asilos e creches, limpeza de praças públicas, entre outras ações sociais pontuais ou específicas de acordo com as necessidades das comunidades onde estamos inseridos”, explica. Segundo ela, em algumas lojas os próprios funcionários optam por realizar mais ações por sentir que isso os fortaleceu como equipe.

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Uma pesquisa interna identificou quais são as causas que os voluntários mais se identificam. Ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade, advogar para causas da comunidade LGBTQIA+ e apoiar crianças foram as mais votadas. Em 2021, essas escolhas representaram, respectivamente, 57%, 21% e 12% das iniciativas apoiadas pela empresa.

Para a multinacional 3M, o voluntariado empresarial é uma forma de praticar uma cultura colaborativa voltada para a inovação. “Essa vivência comunitária dos voluntários expande os valores da empresa para a comunidade, promovendo o desenvolvimento social local não só pelo investimento de recursos financeiros, mas também pela doação de trabalho, tempo e talento dos funcionários”, conta Liliane Moura, supervisora de projetos sociais do Instituto 3M.

Antes da pandemia, a 3M promoveu um evento com crianças. Foto: João Prudente

A empresa tem cerca de 400 voluntários ativos nos programas sociais do instituto, que se dedicam a essas atividades dentro do horário regular de trabalho. Uma das iniciativas é dar aulas para jovens no programa Formare, curso profissionalizante realizado em parceria com a Fundação Iochpe e a Universidade Federal do Paraná. Além disso, esses profissionais também oferecem consultorias pro bono, avaliam projetos científicos de alunos do ensino fundamental e médio, dão mentorias e organizam atividades lúdicas e pontuais, como campanhas de doação e assistência.

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Mesmo com a chegada da Covid, a supervisora conta que o trabalho não parou e ainda conseguiu atrair mais gente. “Com a pandemia, todas as oportunidades de trabalho voluntário foram adaptadas ao formato online, o que facilitou muito a participação dos funcionários da força de vendas, por exemplo. Não houve perda de engajamento, mas sim ganho. A única diferença é que agora há uma tela entre o voluntário e o sorriso que ele espera como recompensa.”

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