O aumento do número de candidatos à Presidência que se opõem às reformas, como a da Previdência Social, fazem com que o Brasil enfrente um risco elevado de reversão dessas políticas, na avaliação da agência de classificação de risco Moody's. O País, no entanto, não está sozinho neste cenário. De acordo com a agência, o México enfrenta um problema similar, e a situação de ambos pode prejudicar a consolidação fiscal e os esforços dos governos pelas reformas estruturais.
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"Nesses casos (do Brasil e do México), características institucionais, tais como a composição do Congresso, influenciarão na capacidade dos novos governos para implementar suas respectivas agendas políticas", disse a Moody's, em comentário sobre o calendário eleitoral da América Latina em 2018.
Na visão da Moody's, as suspeitas de corrupção de políticos e o desempenho econômico fraco da região dão combustível ao descontentamento com os governos atuais.
"Sendo assim, houve um aumento de candidatos que se opõem a reformas antes das eleições presidenciais de 2018 no Brasil, Colômbia e México - alguns deles são políticos principiantes ou não são filiados a partidos tradicionais, que promovem políticas que tendem a estar em desacordo com aquelas defendidas pelos partidos estabelecidos", comentou a agência.
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A Moody's vê, então, que os governos eleitos este ano podem estar menos interessados em prosseguir "com programas ambiciosos de reformas".
"Isso reduzirá a previsibilidade das políticas, afetando negativamente a confiança das empresas e dos consumidores, assim como o investimento", comentou na noite, a vice-presidente da Moody's, Samar Maziad.
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Segundo a Moody's, a situação da Colômbia é um pouco diferente da do Brasil e do México. Apesar da crescente insatisfação com o governo do presidente Juan Manuel Santos, há o apoio do principal candidato a políticas fiscais prudentes. "Isso contribui para a continuidade de das políticas em meio à polarização política", afirmou a agência.