A Petrobrás divulgou seu balanço auditado de 2014 e encerrou esta semana um capítulo dramático de sua história. Mesmo com números ruins, a publicação dos resultados aliviou, em parte, a tensão do mercado.
Isso porque, caso o relatório não fosse publicado dentro do prazo limite - 30 de abril -, credores da estatal poderiam antecipar a cobrança de dívidas e agravar ainda mais a situação financeira da companhia.
A estatal já está em situação difícil por conta da alta recente do dólar, da queda do preço do petróleo no mercado internacional e do nível de alavancagem (a porcentagem do patrimônio comprometida com dívidas, que já ultrapassa em muito os 35% estabelecidos como parâmetro saudável pela própria empresa).
Além disso, a companhia poderia perder o grau de investimento (o selo de boa pagadora) pela agência Standard & Poors, o que afastaria investidores estrangeiros. A Petrobrás já foi rebaixada ao grau especulativo pela agência Moody's em fevereiro.
Na sexta-feira, 24, a agência Fitch retirou a observação de possível rebaixamento da empresa, mas colocou o rating da estatal em perspectiva negativa, o que na prática quer dizer que ainda há desconfiança quanto à capacidade de a Petrobrás pagar suas contas no longo prazo.
São justamente os compromissos que a empresa ainda precisa honrar que, somados ao investimento necessário para explorar o pré-sal, azedam o humor dos investidores e causam desconfiança em relação aos projetos futuros da companhia. Para fazer caixa, a petroleira anunciou que não vai pagar dividendos em 2015.
As ações ordinárias (que dão direito a voto) da Petrobrás encerraram a sexta-feira, 24, em alta de 4,55%, negociadas a R$ 14,70. As preferenciais (sem direito a voto, mas com prioridade no pagamento de dividendos), fecharam em alta de 2,63%, cotadas a R$ 13,26.