A Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, apresentou lucro líquido contábil de R$ 1,098 bilhão no primeiro trimestre de 2018, um crescimento de 10,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
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Os dados fazem parte do balanço publicado pela empresa. Os resultados contábeis já consideram os efeitos da adoção da norma IFRS 15, referente à nova metodologia de alocação de receitas de contratos com clientes.
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O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) contábil atingiu 3,514 bilhões, um avanço de 8,0% na mesma base de comparação. A margem Ebitda subiu 2,0 pontos porcentuais, para 35,2%.
A receita líquida contábil totalizou R$ 10,789 bilhões, expansão de 1,9%.
A Telefônica Brasil também divulgou seus números pro forma, isto é, sem considerar os efeitos da norma IFRS 15, tornando os resultados comparáveis com os números já reportados um ano atrás.
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Na base pro forma, a companhia teve lucro líquido de R$ 1,079 bilhão no primeiro trimestre de 2018, alta de 8,3% em relação ao mesmo período de 2017.
O Ebitda pro forma atingiu R$ 3,765 bilhões, aumento de 7,2%, enquanto a margem Ebitda cresceu 1,8 ponto porcentual, para 35,0%. A receita líquida pro forma totalizou R$ 10,759 bilhões, crescimento de 1,6%.
Competição. O vice-presidente executivo da Telefônica Brasil, Christian Gebara, afirmou que considera a Oi um concorrente significativo no mercado de telecomunicações, especialmente após o avanço do processo de recuperação judicial da companhia. "A Oi é um competidor relevante no mercado", afirmou.
A declaração foi feita durante teleconferência com investidores e analistas após questionamentos se a concorrência no setor deveria crescer devido ao avanço da recuperação judicial da Oi e à tendência de ampliação de investimentos da concorrente.
A Oi prevê expandir os investimentos anuais de R$ 5,5 bilhões para R$ 7,0 bilhões. Por sua vez, a Telefônica projeta aportes anuais na ordem de R$ 8 bilhões para o próximo triênio.
Gebara lembrou que a Oi tem uma grande rede de atendimento no segmento de negócios fixos (banda larga, TV paga e telefonia fixa) além de uma presença significativa no segmento de telefonia móvel pré-paga. No momento, porém, falta visibilidade sobre os efeitos de uma potencial elevação dos investimentos da concorrente.
Durante a teleconferência, Gebara reforçou que vê sinais positivos da recuperação no segmento de negócios corporativos, muito afetado pela crise nos trimestres anteriores.
"O B2B é um setor muito alinhado à recuperação macroeconômica. E estaremos aptos a capturar parte dessa recuperação. Estamos positivos sobre as tendências", afirmou, ponderando que ainda vê a melhora de economia de forma branda.
A receita de dados corporativos e TI subiu 0,6% no primeiro trimestre, para R$ 588,5 milhões, sinalizando uma tendência positiva para o segmento.
Outro destaque foi o avanço de 22,5% do faturamento com ultra banda larga. Gebara observou que apenas cerca de 10% dos 5,5 mil municípios do País têm oferta de internet de alta velocidade.
"Vemos como uma grande oportunidade de crescimento. A baixa oferta nesse setor abre espaço para a entrada de vários tipos de empresas", disse, acrescentando que vê espaço para ganhar participação nesse mercado.