Claudia Miranda Gonçalves
06 de setembro de 2019 | 10h00
Por Livia Zillo
A Business Roundtable (BRT) é um associação de aproximadamente 200 dos CEOs americanos mais importantes, e, em 19 de Agosto deste ano, eles anunciaram um novo propósito para as corporações.
Tal propósito contempla, o que eu diria ser, a declaração da humanização das corporações.
É como se a partir de agora pudéssemos olhar e esperar das organizações ações intencionais (que já vinham acontecendo, mas sem serem declaradas formalmente) que demonstram alma e coração das organizações.
Como minha querida amiga Andrea Nery, tão bem, falou mais sobre esse novo propósito das organizações, vou cuidar para que falemos aqui de como essa nova perspectiva sobre o propósito das organizações nos impacta como sociedade e o que nós podemos tirar de benefícios dessa nova declaração das corporações.
Como uma boa cientista, convido a olhar para as organizações como um ecossistema. Um ecossistema é uma comunidade de coisas vivas e não vivas que trabalham juntas, assim como uma organização.
Todo ecossistema é composto principalmente por: solo, atmosfera, sol, água.
Quanto mais diversidade, melhor e mais protegido é o ecossistema. Os organismos são os colaboradores daquela empresa – quanto mais diversos, melhor e mais perene é a organização.
Interessante, ao olharmos para uma organização dessa maneira, vemos o quanto cada parte é importante no desempenho de seu papel. E podemos observar que dentro do ecossistema a renovação de recursos é essencial.
Atualmente, também se fez necessária a renovação do propósito das organizações, pois sem ele, as corporações continuariam a fazer parte de um sistema que, por não se renovar, corre o risco de começar a perder energia, perder momentum, perder dinheiro e perder a conexão com a sociedade.
Essa nova declaração de propósito das corporações nos abre precedente para que nós como líderes, colaboradores, empreendedores, e participantes ativos desses ecossistemas olhemos para nossos próprios propósitos, com o intuito de resignificarmos nosso papel dentro de uma sociedade de capitalismo inclusivo, ou consciente – como citado por alguns dos 200 CEOs.
Esse é o momento de encontrarmos, para nós também, um propósito que esteja alinhado com o futuro que desejamos para nós como sociedade, ecossistema e indivíduos.
A descoberta e conexão com propósito toma uma proporção diferente, quando o mesmo é colocado em uma pauta e é visto como relevante por tantos líderes importantes.
Essa é portanto uma grande oportunidade para que nós também olhemos para nosso propósito e possamos, portanto, utilizá-lo em nossas ações do dia-a-dia, decisões importantes, conexão com nossa carreira, entre outros benefícios.
Nesse caso, nos perguntemos: eu conheço e/ou me conecto com meu propósito? Se sim, como ele pode ser mais inclusivo, mais ético, mais colaborativo, mais coletivo? Esse é o precedente aberto pela nova declaração da BRT – podermos olhar com mais propriedade para nosso propósito.
Será esse também o momento de declararmos nossa alma e coração?
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