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Com chuva em SP e avanço do coronavírus, dólar alcança nova cotação recorde e Bolsa cai

Moeda americana foi cotada a R$ 4,3220 e o Ibovespa atingiu o menor nível desde 16 de dezembro, com queda de 1,05%

Por Fabrício de Castro e André Ítalo Rocha
Atualização:

O dólar renovou o maior valor nominal do Plano Real, cotado a R$ 4,3220, com alta de 0,03%, nesta segunda-feira, 10, marcada pela incerteza em relação ao risco do coronavírus para as economias globais e a movimentação financeira reduzida em decorrência da chuva em São Paulo, que provocou alagamentos e interdições na região metropolitana.

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"Muita gente não chegou ao trabalho por conta das chuvas. E quem chegou às vezes tem problemas para processar a operação", comentou durante a tarde o profissional da mesa de câmbio de um grande banco.

Segundo Cleber Alessie Machado, operador da H. Commcor DTVM, o excesso de chuvas em São Paulo, de fato, prejudicou os negócios. “Tem mesa de banco, expressiva, que ficou desfalcada hoje. Isso afetou o volume”, afirmou.

O dólar à vista chegou a registrar a máxima de R$ 4,3292 (+0,19% em relação ao fechamento de sexta-feira), um recorde histórico em termos nominais.

Perdas na Bolsa

A percepção de que a epidemia do coronavírus está longe de ser contida, com o aumento do número de mortes e casos suspeitos na China e em outros países, fez a Bolsa fechar em queda o primeiro pregão da semana. Os relatos de que a doença tem afetado os negócios de exportadores e importadores brasileiros alimentam o mau humor do mercado, enquanto cresce o número de casas que consideram viés de baixa para o PIB de 2020.

O Ibovespa, principal índice da B3, terminou a sessão em baixa de 1,05%, aos 112.570,30 pontos, no menor nível desde 16 de dezembro, quando o índice chego aos 111.896,04 pontos. No ano, a perda acumulada é de 2,66% e, no mês, de 1,05%.

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A epidemia tem causado revisões para baixo no PIB da China, segunda maior economia do mundo e principal parceira comercial do Brasil. Na semana passada, por exemplo, o JPMorgan cortou estimativa para a expansão da economia chinesa, de 4,9% para 1% no primeiro trimestre e de 5,8% para 5,4% no ano.

No Brasil, o movimento de revisões é mais tímido, mas os sinais de alerta têm crescido. Em relatório divulgado nesta segunda, o Commerzbank ressaltou que os dados de atividade econômica têm sido decepcionantes no Brasil, sem que ainda se saiba a extensão do impacto do coronavírus.

O Itaú Unibanco e o Banco Fibra, por sua vez, admitiram, também em relatórios divulgados nesta segunda, que consideram viés de baixa para suas projeções de PIB em 2020, atualmente em 2,2% e 2,6%, respectivamente. Ambos citam o coronavírus como fator de risco.

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Luiz Roberto Monteiro, operador de mesa institucional da Renascença, afirma que a falta de perspectivas positivas para a epidemia reforça o pessimismo. “Por enquanto, não estamos vendo nenhuma solução. Os casos de morte e os casos suspeitos estão aumentando, os exportadores e importadores estão tendo problemas e algumas casas têm reduzido suas estimativas para o PIB”, diz. Na semana passada, por exemplo, a Itaú Asset diminuiu projeção para o crescimento da economia brasileira, de 2,7% para 2,3% em 2020.

As declarações dadas nesta tarde pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também pesaram sobre os negócios. Maia disse que a privatização da Eletrobrás “a cada dia que passa, fica mais difícil”. Os papéis ON da estatal caíram 3,78% e ajudaram a derrubar o principal índice da B3.

Ibovespa opera em queda nesta segunda-feira Foto: AMANDA PEROBELLI/REUTERS
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