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Bolsonaro diz que comércio sem 'viés ideológico' é essencial para integrar o País à economia global

Para o presidente, Brasil vive uma abertura comercial 'sem precedentes', mas diz que é preciso estar atento à atuação de outros países em relação ao agronegócio

Foto do author Amanda Pupo
Por Amanda Pupo (Broadcast) e Emilly Behnke
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 12, que o comércio exterior feito sem "viés ideológico" é um "elemento-chave para integrar" o Brasil à economia mundial. Em participação gravada para o 39.º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), ele disse que, em razão disso, o governo federal está empenhado na melhoria do ambiente de negócios e investimentos no Brasil. "Fator essencial para ampliar de modo competitivo a participação do Brasil nas cadeias globais de valor", afirmou. 

Jair Bolsonaro, presidente da República Foto: Evaristo Sá/ AFP

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Para o presidente, o País vive uma abertura comercial "sem precedentes". "Estamos construindo Brasil mais aberto, mais competitivo e mais próspero, eliminando custos e removendo entraves para setor produtivo. A expansão do comércio exterior brasileiro desempenha papel fundamental nesse processo", afirmou.

Bolsonaro citou o acordo entre Mercosul e União Europeia (UE) e afirmou que atualmente o governo negocia com outros parceiros, como Coreia do Sul, Cingapura e Canadá. 

Aprovado no ano passado, depois de 20 anos de negociação, o acordo Mercosul-UE ainda precisa ser ratificado pelos governos de cada bloco, mas tem encontrado resistência dos países europeus, em parte, por questões ligadas ao meio ambiente. No começo de outubro, o Parlamento europeu manifestou oposição ao acordo, destacando que o tratado deve “assegurar a competição livre e garantir os padrões e métodos de produção europeus”.

Em sua fala no evento desta quinta, o presidente também destacou as tratativas para o Brasil fazer parte do Acordo sobre Compras Governamentais (GPA), da Organização Mundial do Comércio (OMC). "A participação no acordo permitirá que empresas brasileiras concorram em igualdade em um mercado de cerca de US$ 1,7 trilhão ao ano em compras governamentais", disse.

Bolsonaro ainda afirmou que há comprometimento por parte do governo em solucionar as dificuldades impostas pelas despesas obrigatórias. "Reforma da Previdência e medidas de contenção de despesas públicas mostram compromisso em solucionar dificuldades em razão de despesas obrigatórias", disse o presidente, destacando também o programa de concessões e privatizações tocado pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). "Nosso objetivo é chegar à alocação mais eficiente de recursos", disse. 

Agronegócio

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O presidente disse ser preciso ficar "atento" à concorrência representada por outros países em relação ao agronegócio, que, segundo ele, "fará de tudo para conter" a participação brasileira no mercado internacional. "O Brasil é altamente competitivo no agronegócio. Estejamos atentos à concorrência", afirmou.

"Por isso, os agentes que promovem nossos produtos no exterior devem trabalhar de forma ágil e convergente. Defender o agronegócio brasileiro significa garantir o crescimento sustentável e o emprego no Brasil", disse.

Não é a primeira vez que Bolsonaro faz uma declaração nesse tom. Em outras ocasiões, o presidente já afirmou que o governo brasileiro sofre pressão por sua política ambiental porque países estrangeiros teriam interesse em enfraquecer o agronegócio brasileiro.

Segundo ele, desde o início de 2019 o Brasil conseguiu acesso ao mercado de 30 países para cerca de 100 produtos agropecuários, além da habilitação de 700 plantas frigoríficas para exportação. "Apesar da crise gerada pela pandemia, registramos recorde em nossas exportações, em volume e em valor", disse.

"Nosso governo tem incentivado a atuação dos ministérios de forma transversal e coesa. Itamaraty e Ministério da Agricultura falam a mesma língua, e juntos têm alcançado resultados claros e concretos", afirmou o presidente.