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Câmara avalia fatiar proposta e aprovar auxílio antes de medidas fiscais exigidas por Guedes

Texto, que está na pauta do Senado na próxima quinta-feira, autoriza que o benefício seja pago sem um novo estado de calamidade, por meio de crédito extraordinário fora do teto de gastos

Foto do author Daniel  Weterman
Foto do author Adriana Fernandes
Por Daniel Weterman e Adriana Fernandes
Atualização:

BRASÍLIA - A Câmara dos Deputados avalia fatiar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial e aprovar primeiro o dispositivo que autoriza o governo a lançar uma nova rodada de auxílio neste ano antes das medidas de fortalecimento das regras de contenção de gastos para crises futuras.

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O assunto foi discutido nos últimos dias, mas enfrenta resistências do Ministério da Economia. A pasta tenta barrar a pressão, que aumentou de segunda-feira, 22, para esta terça, 23. O ministro Paulo Guedes já aceitou a concessão do auxílio sem contrapartidas de corte de despesas neste momento e colocou seu futuro no governo na aprovação de um texto da PEC com "protocolo de crise" sem desidratação. Agora, desdobra-se para articular essa aprovação.

O Senado pautou a proposta para quinta-feira, 25. A Câmara deve votar o texto na sequência. Com essa estratégia, o Congresso pode promulgar no primeiro momento apenas o artigo que permite uma "via rápida" para tirar o benefício do papel. Ele autoriza que o auxílio seja pago sem uma nova calamidade, por meio de crédito extraordinário fora do teto de gastos (regra que limita o avanço das despesas à inflação) e sem interferir no esforço que a equipe econômica precisa fazer para atingir a meta de primário, que permite rombo de até R$ 247,1 bilhões. 

O ministro Paulo Guedes e o presidente da Câmara, Arthur Lira, têm reunião nesta terça-feira. Foto: Dida Sampaio/Estadão - 4/2/2021

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reúne nesta terça-feira com Guedes, que cancelou sua participação em evento do Center for Strategic & International Studies (CSIS) sobre a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

Para integrantes da equipe econômica, Lira estaria comprometido com a votação da PEC com ajustes. Eles lembram mensagem postada na segunda-feira pelo presidente da Câmara ressaltando a votação da PEC como um marco histórico das finanças públicas do País e votação até 25 de março. O presidente da Câmara, por outro lado, tem repetido que sempre vai ouvir a posição dos líderes democraticamente.

O problema é que as lideranças da Câmara avaliam que a análise das medidas fiscais pode atrasar a votação da PEC , enquanto a volta do auxílio é considerada urgente diante da pandemia da covid-19.

Governistas no Congresso confirmaram que o fatiamento está sendo analisado, mas apontam que é muito complicado saber o que seria destacado. Avalia-se que a pressão pelo pagamento do auxílio pode ajudar a promover um entendimento de procedimento de tramitação.

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O fatiamento da PEC, porém, seria um caminho mais rápido para dar suporte legal à abertura de um crédito extraordinário no Orçamento e iniciar o pagamento da nova rodada. Os outros itens da PEC, entre eles os mais polêmicos, como os gatilhos para contenção de despesas no governo federal, nos Estados e nos municípios, ficariam para um segundo momento.

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