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Dólar sobe e fecha a R$ 5,59 com cenário exterior negativo; Bolsa avança 0,8%

Falta de um acordo nos EUA para novos estímulos e avanço do coronavírus na França, com governo decretando toque de recolher, pressionaram a moeda nesta quarta

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Por Redação
Atualização:

O dólar acelerou o movimento de alta nesta quarta-feira, 14, e chegou a ultrapassar a marca de R$ 5,60, com a decisão da França de declarar estado de emergência sanitária por causa do coronavírus e decretar um toque de recolher parcial. Hoje, a moeda fechou com alta de 0,36%, a R$ 5,5986, em um dia já tenso e de aversão aos riscos no exterior, com os investidores ainda à espera de um novo pacote de estímulos fiscais no EUA. Porém, nesse cenário, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, conseguiu se descolar de Nova York para fechar com alta de 0,84%, aos 99.334,43 pontos.

O cenário negativo vindo de fora colocou em segundo plano dados favoráveis para a economia do país. Hoje, o setor de serviços avançou 2,9% em agosto, terceiro mês seguido de crescimento. O fluxo cambial positivo nesta primeira metade de outubro, em US$ 234 milhões até o dia 9, também foi deixado de lado.

Dólar Foto: Reuters

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Contribuiu ainda mais para a alta a moeda, a informação de que o governo francês vai adotar um toque de recolher noturno por quatro semanas, a partir do próximo sábado, 17, para conter o avanço da covid-19, que tem batido recordes diários no país. O anúncio foi feito hoje pelo presidente Emmanuel Macron e será válido para oito cidades, entre elas, a capital Paris. A medida também poderá ser prorrogada até o dia 1º de dezembro. Pouco tempo após, Portugal também declarou calamidade pública e quer uma lei para obrigar que as pessoas usem máscaras em espaços públicos.

A informação fez o dólar bater nos R$ 5,60, em um dia já tenso para a moeda americana. Nesta quarta, os investidores seguem antentos ao andamento do pacote de estímulo fiscal do governo dos EUA, que está travado no Congresso americano. Hoje, a Casa Branca admitiu publicamente que o tema terá dificuldade para avançar antes das eleições. Mais tarde, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, também disse que um entendimento entre republicanos e democratas está longe de acontecer.

"As conversas sobre o pacote de estímulo chegaram a um beco sem saída", avaliam os estrategistas do banco Brown Brothers Harriman (BBH), ao comentar a recuperação do dólar nesta quarta-feira e o ambiente de baixo apetite por risco no exterior. Após cair no menor nível desde 28 de agosto na sexta-feira, a moeda americana vem subindo no exterior desde então. Antes da influência negativa do exterior, a divisa caía a R$ 5,53 pela manhã. Nas casas de câmbio, segundo levantamento do Estadão/Broadcast, o dólar é cotado a R$ 5,80. Já o dólar para novembro encerrou com alta de 0,38%, a R$ 5,5950.

Bolsa

Com variação de pouco mais de mil pontos entre a mínima e a máxima da sessão, o Ibovespa conseguiu recuperar a linha dos 99 mil pontos nesta quarta, apesar do desempenho negativo em Nova York. No mês, os ganhos chegam agora a 5%, com perdas no ano a 14,10%. Na semana, o desempenho positivo de 1,90% do Ibovespa supera até aqui o do melhor índice de NY no período, o Nasdaq (+1,63%).

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Nos EUA, o impasse em torno de novos estímulos fez com que Wall Street operasse no vermelho em boa parte do pregão. Por lá, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam com quedas de 0,58%, 0,66% e 0,80% cada. O resultado teve leve efeito aqui, com o Ibovespa perdendo pontualmente o patamar dos 99 mil pontos.

Ao final, os ganhos na B3 se mostraram menos disseminados do que o observado mais cedo, em um dia favorável para os bancos, com alta de 1,23% do Santander, e para as commodities, com ganho de 1,38% da Vale ON. Petrobrás PN cedeu hoje 0,79%, apesar do resultado favorável do petróleo. Hoje, o WTI para novembro encerrou com ganho de 2,09%, a US$ 41,04 o barril, enquanto o Brent para dezembro subiu 2,05%, a US$ 43,32 o barril. 

Na ponta do Ibovespa, JBS subiu 9,20%, à frente de PetroRio, com 8,02% e de Rumo, com 5,52%, enquanto, na face oposta, Hering cedeu hoje 2,22%, seguida por Lojas Americanas, com 1,98%, Lojas Renner, com 1,78% e Magazine Luiza, com 1,58%), que havia sido a segunda maior alta do dia anterior, com foco no desdobramento da ação e realização de lucros, nesta quarta-feira./LUÍS EDUARDO LEAL, ALTAMIRO SILVA JÚNIOR E MAIARA SANTIAGO

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