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Diálogo com presidente eleito começa ainda este ano, dizem caminhoneiros

Categoria quer garantirmanutenção de preços mínimos do frete e discutir ainda renovação da frota e aposentadoria

Por Lu Aiko Otta
Atualização:

BRASÍLIA - A paralisação dos caminhoneiros colocou a categoria, que reúne 3 milhões de trabalhadores, na lista de prioridades dos políticos brasileiros. Esse grupo, que ameaçou o governo Michel Temer, ainda não se posicionou oficialmente sobre nenhum candidato. Enquanto não toma uma decisão, espera começar a dialogar com os possíveis futuros presidentes ainda durante a disputa do segundo turno.

“Vamos aguardar o que acontece em 7 de outubro”, disse o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS), Carlos Alberto Litti Dahmer, referindo-se ao resultado do primeiro turno. “A partir do segundo turno, vamos discutir com cada um não só o piso do frete, mas também a renovação da frota, o retorno da aposentadoria aos 25 anos de serviço, a política de preços da Petrobrás.”

Caminhoneiros pararam oPaís em maio por causa do aumento do óleo diesel Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

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Na sua avaliação, a fixação de preços mínimos para o frete rodoviário é uma conquista da qual os caminhoneiros não vão abrir mão. “O candidato que se colocar contra isso poderá ficar contra a categoria”, comentou. “E poderá ter a resposta, primeiramente, nas urnas e, depois, num eventual governo, se mexer com isso.”

O caminhoneiro Alexandre Fróes, de Santa Catarina, disse que a categoria ainda não formalizou apoio a um candidato porque não quer discutir promessas. Ao contrário de Litti, acredita que o momento para dialogar seja após as eleições. “Aí vamos ver se o presidente vai ser a favor ou contra”, disse, referindo-se à fixação de preços mínimos para o frete rodoviário. “Dependendo, pode ser que a gente vá para a briga de novo.”

“Vejo dificuldade em tudo”, disse o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de São Paulo, Norival de Almeida Silva, o “Preto”. “É difícil voltar à discussão sobre ter ou não o piso mínimo, e é difícil mantê-lo.”

O conflito entre caminhoneiros e empresas, principalmente no agronegócio, evidencia a questão. O tabelamento não “pegou”, pois tem muita gente burlando a tabela. Isso mantém no ar a ameaça de novas paralisações. Essa tensão fez, por exemplo, o governo iniciar este mês operações de fiscalização sobre o frete. 

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