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Governo envia ao Congresso projeto de lei sobre as distribuidoras da Eletrobras

Mensagem de envio da proposta foi publicada no Diário Oficial da União

Foto do author Luci Ribeiro
Por Luci Ribeiro (Broadcast), Anne Warth e Brasília
Atualização:

O presidente Michel Temer encaminhou ao Congresso Nacional projeto de lei que pode destravar a venda das distribuidoras da Eletrobras. A mensagem de envio da proposta está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira.+ Presidente da Eletrobrás afirma que venda de distribuidoras seguem nas prioridades do governo+ Rodrigo Maia quer dar subsídio para gás de cozinha A mensagem cita que o projeto de lei que "altera a Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, que cria a Conta de Desenvolvimento Energético, a Lei nº 12.111, de 9 de dezembro de 2009, que dispõe sobre os serviços de energia elétrica nos sistemas isolados, e a Lei nº 12.783, de 11 de janeiro de 2013, que dispõe sobre as concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, sobre a redução dos encargos setoriais e sobre a modicidade tarifária".

Fachada do prédio da Eletrobrás, no centro do Rio de Janeiro. Foto: Marcos de Paula/Estadão

A publicação não traz o teor do projeto. Mas a nova proposta deve conter os principais pontos da Medida Provisória 814/2018, que trata de questões relacionadas às empresas. A MP perdeu sua eficácia sem o Congresso finalizar sua apreciação. Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que deixaria a MP caducar porque o parecer da matéria traria aumento tarifário para o consumidor. A decisão fez com que as ações da companhia despencassem no último dia 23 na B3, pois a estatal aceitou assumir dívidas bilionárias e créditos das distribuidoras junto a fundos setoriais para facilitar sua privatização. Sem a MP, esses rombos não teriam mais garantia de cobertura legal, o que dificultaria também a privatização da própria holding. Com o projeto de lei, que precisará ser aprovado no Congresso e sancionado pela Presidência da República, a companhia voltará a ter segurança desse ressarcimento. Segundo o Broadcast apurou e já informou semana passada, a proposta tem apoio da área econômica do governo e deve ter os artigos originais da MP 814. Além disso, o texto vai prever a possibilidade de que a União faça um aporte de até R$ 3,5 bilhões, para a Eletrobras, até 2019. Trata-se de uma contrapartida ao fato de que a estatal aceitou "subir" as dívidas das distribuidoras relacionadas a ineficiências para facilitar a privatização dessas empresas. Dessa vez, porém, o texto não terá o polêmico artigo que incluía a Eletrobras no Programa Nacional de Desestatizações (PND), que gerou revolta no Congresso Nacional, pois o acordo era discutir o tema no próprio projeto de lei de privatização da companhia, também em tramitação no Legislativo. Segundo apurou o Broadcast, o texto terá ainda dois pontos adicionais: a cobertura tarifária dos custos do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, inclusive a parcela que foi negada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), referente ao período passado, desde 2009. Assim, a Eletrobras não será obrigada a devolver os recursos para os consumidores, estimados em cerca de R$ 3 bilhões. Outro ponto que deve estar incluído no novo projeto de lei é a flexibilização das perdas das distribuidoras do Norte do País. A medida também deve ajudar na venda das companhias.