BRASÍLIA- A cerimônia de transmissão de cargo do novo ministro do Planejamento, Esteves Colnago, foi marcada pelo mal-estar provocado pela ausência do novo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e do primeiro escalão do “dream team”, como ficou conhecido a equipe montada pelo ex-ministro Henrique Meirelles. O constrangimento é reflexo do estranhamento do corpo técnico dos dois ministérios, que marcou o período de negociação da nova equipe econômica com a saída de Meirelles do cargo para se candidatar nas próximas eleições. A mudança provocou uma troca de cadeiras com a ida de Dyogo Oliveira para a presidência do BNDES.
+ 'Eduardo Guardia assume um navio que pusemos no rumo certo', diz Temer
É praxe em períodos de troca ministerial a presença dos colegas nas cerimônias de transmissão de cargo, que sempre acontecem depois da posse no Planalto. A ausência dos secretários, que têm que trabalhar em parceria, não passou despercebida na cerimônia entre os técnicos do Planejamento. Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer deu posse a dez ministros (do total de 29). As mudanças ocorrem devido à exigência da lei eleitoral que obriga aos candidatos no pleito de outubro que deixem os cargos com seis meses de antecedência. Sete dos dois ministros ocupavam secretarias nos respectivos órgãos.
+ Composição político-partidária foi mantida, diz Temer sobre reforma ministerial Guardia terá hoje a sua cerimônia de posse no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e Esteves deve comparecer. Durante as negociações para a reforma ministerial, as equipes do Planejamento e da Fazenda se estranharam depois que foi divulgado que Oliveira estava cotado para o cargo de ministro da Fazenda. Notícias de que o time de secretários Fazenda iria abandonar os cargos ampliou o desgaste. A Fazenda não comentou o fato de seus membros não irem à cerimônia.Eleições. Emocionado, com a voz embargada, Colnago fez um discurso de defesa do ajuste fiscal e antecipou que o Planejamento elaborará, junto com o BNDES, uma proposta que vai discutir o Brasil que se deseja para 2030. Será um plano estratégico de 12 anos, feito a pedido do presidente Michel Temer. Na primeira entrevista como ministro, Colnago não quis antecipar como o governo vai atuar para compensar a perda de receitas e aumento de gastos depois dos vetos presidenciais derrubados na semana passada e o fim de validade da medida provisória que adiava o reajuste dos servidores e elevação da alíquota da contribuição dos servidores públicos federais. Segundo o novo titular do Planejamento, o governo vai tomar as medidas necessárias para garantir o equilíbrio fiscal.