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Resultados do 1º trimestre induziram revisões substantivas do PIB, admite Campos Neto

O presidente do Banco Central argumentou que a economia sofreu choques em 2018, que produziram impactos e aperto relevante das condições financeira

Foto do author Eduardo Rodrigues
Foto do author Aline Bronzati
Por Eduardo Rodrigues e Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta quinta-feira, 16, a mensagem da instituição na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o arrefecimento da atividade observado no final de 2018 teve continuidade no início de 2019, com probabilidade relevante de que o PIB tenha recuado no primeiro trimestre do ano. 

"Os indicadores do primeiro trimestre induziram revisões substantivas nas projeções para o crescimento do PIB em 2019 compiladas pela pesquisa Focus. Atualmente, o mercado projeta um crescimento da ordem de 1,5% para 2019 e de 2,5% para 2020", afirmou, em audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional.

Campos Neto ressaltou que incertezas sobre aspectos fundamentais do ambiente econômico futuro Foto: FOTO DIDA SAMPAIO / ESTADÃO

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Campos Neto argumentou que a economia brasileira sofreu diversos choques ao longo de 2018, que produziram impactos sobre a economia e aperto relevante das condições financeiras. "Embora tendam a decair com o tempo, seus efeitos sobre a atividade econômica persistem mesmo após cessados seus impactos diretos.”

Campos Neto ressaltou que incertezas sobre aspectos fundamentais do ambiente econômico futuro - notadamente sobre sustentabilidade fiscal - têm efeitos adversos sobre a atividade econômica. 

Volume de crédito

Campos Neto citou ainda dados da recuperação do mercado de crédito e da confiança empresarial para afirmar que, apesar da interrupção recente do processo de recuperação gradual da atividade econômica, deverá haver retomada adiante. 

"Essa hipótese se sustenta, entre outros fatores, no crescimento da confiança empresarial, medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV), na tendência gradual de recuperação do investimento, conforme indicam dados do IBGE, no patamar estimulativo da política monetária e na recuperação observada no mercado de crédito", afirmou.

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Inflação

O presidente do BC afirmou que as expectativas de inflação encontram-se ancoradas em torno das metas. "Em dezembro de 2015, não se esperava que o BC fosse capaz de controlar o processo inflacionário, mas com a postura de cautela, serenidade e perseverança da política monetária, os agentes econômicos se mostram hoje confiantes na capacidade do BC de controlar a inflação", acrescentou. 

Segundo Campos Neto, o presente processo de flexibilização monetária tem levado também à queda das taxas de juros reais. "Essas taxas reais, estimadas usando várias medidas, se encontram atualmente próximas de 2,7% ao ano, nível que tende a estimular a economia", reforçou.

Previdência

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Sobre o debate entre a administração das reservas internacionais e a grave situação fiscal do País, o presidente do BC afirmou que tratam-se de coisas separadas. "A razão número um para a perda de grau de investimento pelo Brasil foi o resultado fiscal. As reservas internacionais não têm relação com o lado fiscal", respondeu aos parlamentares, durante a audiência na CMO. "O debate do fiscal é sobre se gastar mais do que arrecadar, e daí a necessidade de emitir dívida. Já o debate sobre tamanho de reservas, é constante no BC", completou.

Após ser questionado pelos parlamentares, ele respondeu que usar reservas internacionais para cobrir o rombo da Previdência seria forma de perder credibilidade e colocar País em espiral pior. Apesar de reforçar que o BC não faz política fiscal, Campos Neto disse acredita em um "governo menor". "Sou liberal e, portanto, sou a favor de qualquer inciativa que reduza o Estado." 

Campos Neto avaliou que as operações compromissadas são uma forma de engessamento da atuação do BC. Ele defendeu a adoção outros mecanismos, como o depósito remunerado, que está previsto no projeto de autonomia da autoridade monetária. 

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