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Volatilidade recente das bolsas mundiais deixou condições financeiras mais rigorosas

Segundo relatório do FMI, há aumento dos riscos de curto prazo para a estabilidade financeira

Por Flavia Alemi
Atualização:

O aumento da volatilidade das bolsas mundiais em fevereiro e a queda dos preços dos ativos de risco deixaram as condições financeiras mais rigorosas de outubro de 2017 para cá, de acordo com o mais novo relatório sobre estabilidade financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI), publicado nesta quarta-feira. Segundo o documento, o movimento reflete preocupações com uma escalada de medidas protecionistas.

Em março, os Estados Unidos injetaram incerteza nos mercados ao anunciarem altas tarifas sobre aço e alumínio que entrassem no país. A iniciativa forçou alguns parceiros comerciais como Brasil, Canadá e México a negociarem acordos com Tio Sam, mas a China, além de não ter buscado diálogo, prometeu retaliações. A disputa levou o mercado a temer uma guerra comercial, ainda que os presidentes Donald Trump e Xi Jinping venham negando essa hipótese.

Em março, os Estados Unidos injetaram incerteza nos mercados ao anunciarem altas tarifas sobre aço e alumínio que entrassem no país Foto: EFE/ Chris Kleponis

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"O aumento de medidas protecionistas penalizaria a produção e o bem-estar globais de forma direta e indireta ao elevar as tensões geopolíticas", aponta o relatório do FMI. Segundo a entidade, porém, antes de um impacto no comércio, haveria uma queda na confiança e um aperto nas condições financeiras.

Nesse aspecto, o FMI enxergou aumento dos riscos de curto prazo para a estabilidade financeira. "As vulnerabilidades financeiras acumuladas durante anos de taxas de juros e volatilidade extremamente baixas poderiam tornar o caminho à frente mais volátil e pôr em risco o crescimento", indica o documento.

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Para o FMI, a estabilização da inflação nas economias avançadas também traz riscos, uma vez que a alta de preços pode receber impulso dos incentivos fiscais dos EUA. Assim, os bancos centrais poderiam responder a essa pressão inflacionária de forma mais agressiva do que o antecipado. "Para minimizar esses riscos, os bancos centrais devem continuar a normalizar gradativamente a política monetária e comunicar suas decisões com clareza para apoiar a recuperação econômica".

Criptomoedas. O relatório do FMI abre espaço, ainda, para discutir o impacto das criptomoedas – ou criptoativos – na economia. Desde a publicação do último relatório sobre estabilidade financeira, em outubro de 2017, as moedas virtuais passaram por períodos de alta volatilidade e, hoje, operam com viés de queda em relação aos picos atingidos em dezembro.

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Segundo o FMI, as criptomoedas não parecem oferecer riscos para a estabilidade financeira, mas isso pode mudar se o uso se disseminar indiscriminadamente. A entidade ressalta, no entanto, que a tecnologia por trás delas, o blockchain, tem potencial para deixar a infraestrutura do mercado financeiro mais eficiente. 

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