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Mercados fecham mistos após fala de presidente do Fed e aumento da produção do petróleo

Jerome Powell, presidente do banco central americano, disse que a inflação dos Estados Unidos está bem acima da meta; PIB da China também ficou no radar

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Por Redação
Atualização:

Os principais índices do exterior fecharam mistos nesta quinta-feira, 15, após a divulgação do PIB do segundo trimestre da China e também da decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de elevar a produção de petróleo dos países do grupo. Além disso, as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) também foram monitoradas.

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Em discurso no Senado, Jerome Powell, presidente do Fed, no Senado, o e presidente da distrital de Chicago, Charles Evans, em evento, admitiram que a inflação está "bem acima" da meta e acelerando de forma surpreendente. A fala colocou em evidência a chance de um corte antecipado nos estímulos, no entanto, o próprio Powell disse que a política monetária atual será mantida até que o cenário de emprego e inflação estejam dentro dos objetivos. 

O governo americano também tocou no tema da inflação. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, avaliou que a alta recente nos preços não perdurará no médio prazo. A LPL Financial afirma que também monitora com atenção os preços e concorda que eles devem perder fôlego, projetando que isso aconteça gradualmente ao longo do restante do ano. Em levantamento, o Bank of America nota que a inflação transitória está em nível "historicamente alto", mas que a permanente também mostra força.

Com novo avanço da pandemia, demanda por petróleo ainda é uma incógnita para o mercado. Foto: Reuters/Dronabase

Na China, dados oficiais mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês teve expansão anual de 7,9% no segundo trimestre, bem menor do que o salto de 18,3% observado no trimestre anterior, mas em linha com as expectativas. O resultado, porém, fez crescer a percepção de que a retomada da economia do país pode estar desacelerando para um patamar pré-pandemia.

No mercado de commodities, após adiar a decisão, a Opep elevou hoje sua previsão no aumento da oferta de petróleo entre países fora do grupo no próximo ano, de 800 mil barris por dia (bpd) para 810 bdp, conforme divulgado em relatório. Além disso, circularam também informações de que a Opep+, que inclui aliados da organização, teria entrado em um consenso sobre aumento da oferta a partir de agosto, o que foi negado pelos Emirados Árabes Unidos.

A decisão vem em um momento no qual a demanda pelo óleo ainda é afetada pela pandemia. Em resposta, o WTI para agosto fechou em baixa de 2,02%, cotado a US$ 71,65 o barril, enquanto o Brent para setembro baixou 1,73%, a US$ 73,47 o barril. Ações de petroleiras também despencaram no mercado europeu - a petroleira BP fechou em queda de 2,85%, enquanto a Total recuou 1,24%.

Bolsas de Nova York

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O mercado de Nova York fechou misto, com Dow Jones em alta de 0,16%, mas o S&P 500 e o Nasdaq tiveram quedas de 0,33% e 0,70% cada. A fala do presidente do Fed também preocupou o mercado de renda fixa. Os rendimentos dos papéis com vencimento para dez e trinta anos caíram 1,299% e 1,921% cada.

Bolsas da Europa

A queda das petroleiras pesou no mercado europeu, com o índice Stoxx 600, que concentra as principais empresas da região, caindo 0,95%. A Bolsa de Londres cedeu 1,12%, enquanto a de Frankfurt teve baixa de 1,08% e Paris recuou 0,99%. Já Milão, Madri e Lisboa tiveram quedas de 1,27%, 1,52% e 1,08% cada.

Bolsas da Ásia

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No mercado asiático, a divulgação em linha com o esperado do PIB da China favoreceu os negócios. Os índices chineses de Xangai e Shenzhen tiveram altas de 1,02% e 0,35% cada, enquanto a Bolsa de Hong Kong se valorizou 0,75%, Seul avançou 0,66% e Taiwan registrou ganho de 1,06%. Exceção, a Bolsa de Tóquio caiu 1,15%, à espera da decisão do banco central japonês sobre a política monetária do país, que deverá ser mantida.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, com queda de 0,26%, à medida que o país vem retomando lockdowns para conter uma nova onda de infecções por covid-19. /MAIARA SANTIAGO, ILANA CARDIAL, SÉRGIO CALDAS E IANDER PORCELLA