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Mercados internacionais fecham em queda, de olho na retomada da economia dos EUA

Com o mercado de trabalho americano registrando desempenho abaixo do esperado, especialistas - e dirigentes do Federal Reserve -, avaliam que desafios gerados pela pandemia ainda afetam o crescimento

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Por Redação
Atualização:

Os principais índices do exterior fecharam sem sinal único nesta quinta-feira, 9, com o investidor voltado para os anúncios e decisões dos bancos centrais dos Estados Unidos e também da Europa. A capacidade de retomada da economia americana também ficou no radar do mercado.

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Hoje, a diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Michelle Bowman afirmou, segundo a Reuters, que continua "otimista com a expansão", e que se os dados chegarem como espera, "provavelmente será apropriado para nós começarmos o processo de reduzir nossas compras de ativos este ano", disse sobre o processo conhecido como 'tapering'. Ela avalia que os dados fracos do mercado de trabalho americano não devem mudar os planos da autoridade monetária.

Hoje, o Departamento de Trabalho americano informou que os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caíram 35 mil na semana passada, a 310 mil, contra 345 mil no período anterior. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal. Na semana passada, a geração de novas vagas nos EUA em agosto também decepcionou, ao ficar em apenas 235 mil.

Bolsa de Nova York fechou em queda, de olho no cenário econômico dos EUA. Foto: Andrew Kelly/Reuters - 9/8/2021

Já o presidente da distrital de Chicago do Fed, Charles Evans, afirmou que tem visto crescimento econômico "forte" nos EUA, mas ponderou que os desafios gerados pela pandemia de covid-19 ainda persistem. Para o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, a economia dos EUA se mantém numa "posição bastante forte" e a disseminação da variante Delta não interrompeu ou reverteu a recuperação do país, ainda que tenha "definitivamente desacelerado o ritmo de progresso". Ele acredita que o Fed conseguirá iniciar a gradual redução de suas compras de ativos ainda este ano.

Na visão da Edward Moya, analista da Oanda, a Bolsa de Nova York não fará um grande movimento "a menos que a inflação aqueça ou que a variante Delta desacelere para que a economia possa retomar a reabertura". Para ele, os pedidos de auxílio desemprego semanais indicaram uma continuidade na retomada, sinalizando que "as perspectivas para o mercado de trabalho continuam otimistas"

Ainda sobre política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) seguiu o esperado ao manter os juros, mas disse que passará a comprar ativos em ritmo mais lento. Segundo um dirigente, o movimento, no entanto, não é uma forma de 'tapering'. A presidente do BCE, Christine Lagarde, demonstrou otimismo sobre a retomada na zona do euro. A entidade também revisou para cima projeções para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB), a inflação e o emprego na zona do euro neste ano.

Bolsa de Nova York

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Em resposta ao cenário incerto para a economia dos EUA, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,43%, o S&P 500 caiu 0,46% e o Nasdaq recuou 0,25%.

Bolsas da Europa

Apesar da decisão do BCE, o mercado europeu fechou sem sinal único, com investidores de olho no cenário econômico dos EUA. O índice Stoxx 600 cedeu 0,06%, enquanto a Bolsa de Londres fechou em baixa de 1,01%. No lado positivo, o índice de Frankfurt subiu 0,08% e Paris teve ganho de 0,24%. Os índices de Milão, Madri e Lisboa tiveram altas de 0,13%, 0,43% e 0,45% cada.

Bolsas da Ásia

Influenciado pelo recuo de Nova York no dia anterior, o mercado asiático fechou em queda hoje. A Bolsa de Tóquio caiu 0,57, a de Seul, 1,53% e a de Hong Kong baixou 2,30%. Os índices chineses de Xangai e Shenzhen subiram 0,49% e 0,07% cada. A Bolsa de Taiwan teve leve valorização de 0,20%.

Na Oceania, a bolsa australiana baixou 1,90%, registrando sua maior perda diária em sete meses.

Petróleo

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Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda nesta quinta, após um pregão volátil. Os preços mantiveram ligeira alta após o Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos mostrar que os estoques da commodity, assim como os de gasolina e destilados, recuaram na semana passada. Segundo o órgão, os estoques de petróleo caíram 1,528 milhão de barris na última semana, menos do que o previsto por analistas.

O petróleo WTI para outubro fechou em queda de 1,67%, a US$ 68,14 o barril, em Nova York, e o Brent para novembro caiu 1,58%, a US$ 71,45 o barril, em Londres. /MAIARA SANTIAGO, IANDER PORCELLA, ILANA CARDIAL, GABRIEL BUENO DA COSTA E SÉRGIO CALDAS

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