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Top Picks: Empresas ligadas a commodities, bancos e exportadores podem se destacar em dezembro

Mercado passa por muitas incertezas devido à variante ômicron do coronavírus e a PEC dos Precatórios; apostas para o último mês ficam restritas a alguns poucos setores, que de toda forma não são consenso entre as casas consultadas

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Por Marcia Furlan
Atualização:

O mês de dezembro começou com o predomínio da volatilidade nos mercados. A bolsa de valores brasileira alternou momentos de euforia com pessimismo, influenciada pelo ambiente macroeconômico de inflação, desemprego e juros altos, em meio a idas e vindas da votação no Senado da PEC dos Precatórios. No cenário externo, predominaram as preocupações com a variante ômicron do coronavírus, que afetaram não somente as bolsas como as cotações do petróleo.

Nesse caldo de incertezas, as apostas para o último mês ficam restritas a alguns poucos setores, que de toda forma não são consenso entre as casas consultadas pelo Estadão/Broadcast.

Plataformas de exploração de petróleo situadas na Baía de Guanabara; preços do brent se mantêm em patamar elevado Foto: Fabio Motta/ Estadão

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Do lado positivo, analistas citam que empresas ligadas a commodities podem ter boa performance, como as de petróleo, impulsionadas pelos preços do brent, que se mantêm em patamar elevado. Nesse segmento, a preferência fica com Petrobras, sobretudo depois do anúncio de mudanças no pagamento dos dividendos e da divulgação do Plano Estratégico a vigorar de 2022 a 2026.

Ainda com relação a commodities, empresas de siderurgia e mineração podem proporcionar bons retornos. Segundo a Guide Investimentos, nesse setor, a preferência é pela Gerdau, que tem se mostrado bastante resiliente frente às adversidades do mercado brasileiro e simultaneamente se beneficia do mercado norte-americano, onde atua com margem operacional expressiva.

O setor, no entanto, está muito sujeito ao comportamento do governo chinês, e suas medidas para o setor imobiliário local, que é um dos grandes impulsionadores do crescimento econômico, conforme observa Vitor Suzaki, do Banco Daycoval.

Os bancos e seguradoras também estão na lista dos que podem garantir um bom retorno em dezembro, em razão da alta dos juros. Na ultima reunião do ano, na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve elevar novamente a taxa Selic, que está em 7,75% no momento, mantendo a tendência altista.

E por fim, nesse grupo de expectativas positivas, aparecem os setores exportadores, onde estão as empresas de proteína animal (frigoríficos) e de papel e celulose, como Klabin e Suzano. "São segmentos que têm uma grande exposição ao dólar, o que pode servir como uma proteção para os portfólios tendo em vista a dinâmica volátil do mercado local", ressalta Rodrigo Peretti, estrategista de ações da Santander Corretora.

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Já as empresas muito relacionadas ao desempenho da economia brasileira devem ficar no terreno negativo em dezembro, na opinião dos analistas. Nesse grupo estão as varejistas e a construção civil, que são muito influenciadas pelos juros elevados, pela inflação de custos e perda do poder de compra do consumidor.

No caso do varejo, as que têm uma parcela importante das receitas proveniente do e-commerce estão sofrendo o impacto adicional de um cenário competitivo cada vez maior, com o avanço das empresas estrangeiras no mercado local.

Suzaki, do Daycoval, pondera que os fatores que até agora pesaram sobre a bolsa podem dar uma trégua, após o encaminhamento da questão fiscal, com a aprovação da PEC dos precatórios na quinta-feira. Ele pontua que os juros futuros devolveram boa parte dos prêmios e a desaceleração econômica pode atenuar o aperto monetário pelo Banco Central. Se isso acontecer, ativos do setor imobiliário, shoppings, concessionárias e elétricas tendem a se beneficiar.

Com relação às recomendações para dezembro, a Ágora trocou três ações de sua carteira Top Picks, retirando Azul PN, Lojas Renner On e Santos Brasil ON e colocando no lugar Multiplan ON, Petrobras PN e Taesa Unit. Permaneceram Ambev ON e Itaúsa PN.

O Banco Inter trocou apenas duas ações. Saíram Marfrig ON e Itaú PN para entrar Banco do Brasil ON e Multiplan ON. Continuam Energias do Brasil ON, Gerdau PN e Lojas Renner PN.

Na carteira da Guide Investimentos estão CPFL ON, Itaú PN, Klabin Unit, Petrobras PN e Vibra Energia ON.

A Necton manteve apenas Natura ON na carteira de dezembro. Decidiu retirar Americanas SA ON, Blau ON, Equatorial ON e Petz ON para colocar no lugar Lojas Renner ON, Suzano ON, Vale ON e Weg ON.

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A Planner retirou de sua carteira mensal a Rede D'Or ON e colocou JSL ON. As demais ações são Grendene ON, Petrobras PN, Telefônica Brasil ON e Weg ON.

Com relação às carteiras para a próxima semana, a Ativa retirou Eztec ON, Cosan ON, Itaú PN e Carrefour ON e entraram Bradespar ON, 3R Petroleum, Magazine Luíza ON e Lojas Renner ON. CSN ON permaneceu.

O Banco Daycoval retirou Eneva ON e colocou TIM ON, deixando CCR ON, Copasa ON, Petz ON e Suzano ON.

A carteira semanal da Elite ficou apenas com Petrobras PN. Saíram Bradesco PN, Equatorial ON, Alpargatas ON e Klabin Unit. Entraram BTG Pactual Unit, Cyrela ON, Inter PN e Vale ON.

A Órama trocou Suzano ON por Petrobras PN. As demais permaneceram: Alliar ON, Energias do Brasil ON, Telefônica ON e Unipar PNB.

Na carteira da Terra, houve apenas uma alteração. Saiu Rumo ON e entrou Usiminas PNA. Ficaram B3 ON, Bradesco PN, BR Malls ON e Cemig PN.

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