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Dificuldade para fechar acordo deve empurrar solução sobre Oi para 2018

Assembleia foi marcada para 7 de dezembro, mas credores, acionistas e governo veem pouca chance de problemas da operadora serem resolvidos até essa data

Foto do author Renata Agostini
Por Renata Agostini e Monica Scaramuzzo
Atualização:

Uma solução para a Oi, cuja recuperação judicial se arrasta desde junho do ano passado, deve ficar somente para 2018. A avaliação é compartilhada hoje por representantes de credores internacionais, de bancos públicos, de investidores e da própria empresa. O Estado conversou com oito executivos a par do assunto. Eles afirmam que, a despeito dos avanços recentes, ainda há muitos pontos de divergência sobre o plano e, por isso, são muito baixas as chances de um acordo estar de pé até o dia 7 dezembro, quando está agendada a assembleia para votar o plano de reestruturação da operadora de telefonia.

Negociações entre credores internacionais, os “bondholders”, representantes da companhia e dos acionistas ocorrem esta semana em Nova York e devem se estender ao longo do dia de hoje. Mas a evolução, por enquanto, é pequena.

Empresa tem de convencer credores, acionistas e governo a fechar acordo Foto: Fabio Motta/Estadão

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Persiste o impasse sobre o porcentual da companhia que os credores deterão após a reestruturação. O plano da Oi previa que os atuais acionistas ficassem com 75% da Oi. Os credores discordaram e defendem que eles fiquem com apenas 5%.

Uma fonte do governo avalia que a posição dos acionistas não era razoável, mas será preciso ajuste também na ambição dos credores. Segundo essa fonte, ainda não há solução pronta e formatá-la até 7 de dezembro será muito difícil.

Um executivo próximo aos credores internacionais lembra que a Oi tem de protocolar um plano revisado até o dia 27 de novembro e, até o momento, não há desenho fechado.

++ Oi retomará programa para quitar dívida de até R$ 50 mil

Os credores estrangeiros são peça-chave para a aprovação do plano da Oi. Isso porque, dos R$ 64 bilhões em dívidas da Oi, quase metade corresponde a títulos emitidos no exterior. Esse grupo ganhou poder de barganha com decisão na semana passada da Justiça do Rio. A desembargadora Mônica Maria Costa determinou que empresas holandesas, subsidiárias da Oi, possam ter seu voto registrado na assembleia. Até então, os representantes dessas companhias, os “trustees”, só poderiam ser ouvintes.

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As holandesas têm R$ 21 bilhões a receber da Oi e devem a credores na Europa. Por essa razão, a posição dos trustees tende a ser muito próxima da defendida pelos bondholders.

Aliança. Os detentores de títulos e os bancos públicos estão alinhados e discutem os termos para um novo plano que não contemple só os interesses dos acionistas. Os principais sócios – o fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson Tanure, e a Pharol, antiga Portugal Telecom – querem preservar suas fatias na companhia.

++ Tudo sobre a operadora Oi

Uma fonte do governo afirmou que a entrada de uma novo investidor é a alternativa para que a companhia saia da profunda crise que se meteu. Mas a China Telecom, ao lado do fundo Texas Pacific Group (TPG), só faria aporte da operadora, após uma solução para o processo de recuperação. Uma intervenção na operadora, por ora, está descartada, apurou o Estado. Pessoas próximas aos investidores chineses dizem que o interesse na tele permanece, mas eles ainda estão longe de um acordo.

Procurados, Oi, Anatel, BNDES, e representantes de Tanure não quiseram comentar.

CRONOLOGIA Um ano e meio de impasse

29 de junho de 2016Recuperação judicial Pedido de recuperação da Oi é aprovado. O total de dívidas da empresa soma cerca de R$ 64 bilhões

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10 de novembro de 2017Falta de acordo Depois de longa discussão, acionistas e credores não concordaram sobre desempenho da recuperação da Oi

7 de dezembro de 2017 Nova tentativa Assembleia é marcada para essa data, com segunda chamada em fevereiro de 2018

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