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Temor de 2ª onda da covid derruba mercados globais; no Brasil, Bolsa recua 4% e dólar fica a R$ 5,76

Em todo o mundo, os mercados acompanharam com preocupação o avanço do coronavírus na Europa e nos EUA; no Brasil, moeda bateu em R$ 5,79 e BC fez um leilão para tentar conter a alta

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Por Redação
Atualização:

Em um dia marcado pela instabilidade nos mercados internacionais, que acompanham a segunda onda de covid-19 na Europa e nos Estados Unidos, o dólar fechou em forte alta de 1,39%, a R$ 5,7619, apesar da realização de um leilão pelo Banco Central para conter os preços. Já a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, engatou sua quarta queda seguida para fechar na mínima do dia, aos 95.368,76 pontos nesta quarta-feira, 28, com um tombo de 4,25%, o maior para um dia desde abril.

Pela manhã, a moeda americana chegou a subir 1,9%, sendo cotada a R$ 5,79 - foi a primeira vez em cinco meses que o dólar ultrapassou R$ 5,75. Logo depois das 10h, o Banco Central fez um leilão de moeda americana de US$ 1 bilhão e a cotação desacelerou para o patamar de R$ 5,73. No entanto, de olho no noticiário pouco favorável do exterior, a moeda rapidamente voltou a subir e ganhou novo fôlego no final da sessão. No ano, ela acumula valorização de mais de 40%.

O dólar acumula valorização de mais de 40% em 2020. Foto: Reuters

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Já na Bolsa brasileira, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, desceu aos 95 mil pontos, algo que não acontecia desde o começo de outubro - no dia 2, ele bateu nos 94 mil pontos. Hoje também foi a primeira vez desde 30 de abril que o Ibovespa encerrou com uma queda superior a 3% no fechamento do pregão. Com o resultado de hoje, o índice sobe apenas 0,18% no mês e perde 5,82% na semana, o pior resultado desde a semana de 16 a 20 de março, quando recuou 18,88%. No ano, as perdas são de 17,53%.

Entre as maiores baixas de hoje, chama a atenção a queda de 6,09% e 6,14% das ações PN e ON da Petrobrás, em dia de divulgação do balanço da empresa. Vale, que também mostra seus resultados hoje, caiu 3,63%. Bradesco caiu 6,02% e Usiminas tombou 7,74%. No final do presão, nenhuma ação do Ibovespa conseguiu fechar o dia em alta.

"A expectativa é de que a volatilidade continue e, caso a pior combinação se concretize, o Ibovespa pode tomar o caminho dos 80 mil pontos", diz Renato Chain, economista da Parallaxis Economia. "Além da segunda onda na Europa, a pandemia segue em curso nos EUA, com piora no Centro-Sul do país - o que no momento não tem chegado à atenção do mercado, concentrado na eleição americana", acrescenta.

Ainda nesta quarta-feira, depois das 18h, o Copom anuncia sua decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic, que está em seu nível mais baixo, em 2% ao ano. A expectativa geral é de manutenção desse patamar, mas o mercado aguarda mesmo é o comunicado do Copom, de olho em possível alteração do tom, diante da subida das expectativas inflacionárias, além da piora de percepção fiscal.

Preocupação com o coronavírus

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Os mercados financeiros de todo o mundo tiveram queda nesta quarta-feira sob uma onda de aversão a risco causada pelo temor de que a reaceleração da covid-19 na Europa e nos Estados Unidos contamine também o processo de retomada econômica dessas regiões. O índice VIX de volatilidade - um termômetro de medo nos mercados - alcançou os 40 pontos no começo da tarde, patamar que não era visto desde junho.

Em Frankfurt, a Bolsa fechou o dia em queda de 4,17%, depois da informação de que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, conseguiu um acordo para iniciar um lockdown. A mesma medida também foi adotada no final da tarde pelo presidente da França, Emmanuel Macron, que restringiu as viagens e decretou o fechamento de bares e restaurantes até dezembro. Por lá, o CAC 40, de Paris, caiu 3,37%. O índice FTSE 100, de Londres, recuou 2,55%

Em Nova YorkDow Jones despencou 3,34%, o S&P 500 recuou 3,52% e o Nasdaq perdeu 3,73%.  Nesse ambiente de forte aversão aos riscos, o dólar aproveitou para ganhar força e derrubar o valor das commodities - nos contratos futuros do petróleo, o WTI para dezembro fechou em baixa de 5,51%, enquanto o Brent para janeiro caiu 4,73%.

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