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Bolsa fecha com alta de 1,4% após decisão do Fed; dólar fica a R$ 5,17

Banco central americano anunciou que vai manter os juros na faixa de 0% a 0,25%; presidente do órgão também reforçou o compromisso de apoiar a economia dos EUA

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Por Redação
Atualização:

A decisão do Fed de manter as taxas de juros no nível atual, agradou os investidores nesta quarta-feira, 29, que esperavam desde ontem pela informação. Em resposta, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3encerrou com alta de 1,44% aos 105.605,17 pontos. A decisão também teve impacto positivo no dólar, mas a moeda acabou por zerar as perdas ante o real para fechar com alta de 0,30%, a R$ 5,1729.

Na última terça-feira, 28, as expectativas já eram altas pela decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), de manter entre 0% e 0,25% ao ano as taxas de juros dos Estados Unidos. Também ajudou a melhorar ainda mais o ânimo do exterior, a fala do presidente da entidade monetária, Jerome Powell, que  reforçou o compromisso em apoiar a economia e disse que "o Fed vai limitar danos e garantir uma recuperação forte para os EUA".

Previsão é que dólar ainda fique a R$ 5 no Brasil até o final de 2020. Foto: José Patrício/Estadão

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"Houve pontos positivos e outros nem tanto na fala de Powell, mas a franqueza com que trata as questões é algo que só reforça a credibilidade e a confiança do mercado", observa Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. Entre os pontos menos favoráveis, Arbetman aponta a percepção de Powell de que a situação da economia se mantém "extraordinariamente incerta" e que recuperação total é improvável até que a população se sinta mais segura.

Com o fechamento desta quarta-feira, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, se aproxima um pouco mais do nível de encerramento de 4 de março, então aos 107.224,22 pontos. Ele agora acumula ganho de 3,15% na semana e de 11,10% em julho, superando o avanço de 10,25% em abril, que havia sido o melhor do atual ciclo de recuperação. No ano, cede 8,68%.

Na sessão de hoje, os ganhos se mostraram bem distribuídos pelos setores, como commodities - destaque para alta de 4,33% da Vale e de 5,69% da CSN, e bancos, liderados pelo Santander, com ganho de 3,51%. Também subiram Natura, com 6,73% e Cyrela, com 4,83%. No lado oposto, Minerva caiu 4,41% e Cielo, 3,52%, com balanços divulgados depois do fechamento de ontem, e Gol cedeu 3,30%.

Já no noticiário local, chamou a atenção o anúncio do Banco Centralque lançará cédulas no valor de R$ 200, ilustradas pela imagem do lobo-guará. A previsão é de que a nota entre em circulação a partir do fim de agosto. De acordo com a diretora do BC, Carolina Barros, a pandemia levou a um aumento da demanda da população por dinheiro em espécie. "De março a junho, o papel moeda em poder do público aumentou em R$ 61 bilhões", disse.

Câmbio

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 A divulgação do comunicado teve impacto limitado no câmbio, com oscilações pontuais, embora as bolsas tenham registrado máximas, aqui e nos EUA. "Como esperado, o Fed não fez mudanças de política e nem no texto principal do comunicado", destaca o economista-chefe da consultoria Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson

Com as declarações, o dólar ganhou força ante moedas emergentes, enquanto o ouro teve nova tarde de recordes. Antes moedas fortes, a divisa americana seguiu em queda, testando os menores níveis desde o começo de 2018. Contudo, a incerteza com o crescimento de casos de covid aqui e no exterior tem levado os investidores estrangeiros a retirar recursos do Brasil, contribuindo para pressionar ainda mais o câmbio.

Na máxima do dia, a moeda subia a  R$ 5,1839, uma valorização de 0,52%. Já o dólar para agosto fechou com valorização de 0,41%, a R$ 5,1710.

Bolsas do exterior

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O clima foi misto no exterior, com Ásia encerrando sem sinal único à espera da decisão do Fed e Nova York ampliando os ganhos com o anúncio, que saiu apenas quando o mercado asiático já estava fechado. Já na Europa - que também encerrou antes do discurso do presidente do BC americano -, o dia foi majoritariamente negativo, após os resultados decepcionantes dos balanços de Santander, Deutsche Bank e Barclays.

Os chineses Xangai Composto e Shenzhen Composto tiveram ganhos de 2,06% e 2,90% no mercado asiático, enquanto o sul-coreano Kospi se valorizou 0,27% e o Hang Seng teve alta de 0,45% em Hong Kong. Já o japonês Nikkei teve queda de 1,15%, o Taiex caiu 0,36% em Taiwan e a bolsa australiana cedeu 0,23% na Oceania.

No velho continente, apenas Londres e Paris tiveram altas, de 0,04% e 0,60% cada. Na outra ponta, o Stoxx 600 encerrou o dia em queda de 0,21% e a Bolsa de Frankfurt teve baixa de 0,10%, enquanto Milão, Madri e Lisboa tiveram baixas de 0,11%, 0,55% e 0,27% cada.

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Já Nova York teve altas generalizadas. O Dow Jones avançou 0,61% o S&P 500 subiu 1,24% e o Nasdaq registrou avançou de 1,35%. Por lá, surpreendeu o inesperado ganho de 318,14% da Kodak, depois do governo americano anunciar que irá fornecer um empréstimo de US$ 765 milhões para a companhia produzir medicamentos, por meio da Lei de Produção para a Defesa Nacional.

Petróleo e ouro

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O dia foi favorável para o mercado de petróleo, que além de ser beneficiado pela decisão do Fed, também comemorou o recuo de 10,611 milhões de barris no estoque dos Estados Unidos, segundo relatório semanal do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Com isso,  o WTI para setembro, referência no mercado americano, subiu 0,56%, a US$ 41,27 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para outubro, referência no mercado europeu, avançou 1,10%, a US$ 44,09 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A postura 'dovish' do banco central americano, ou seja, favorável a estímulos agressivos, também estimulou o ouro, que voltou a bater recordes. Na Comex, divisão de metais da Nymex, a onça-troy com entrega para agosto encerrou com ganho de 0,45%, a US$ 1.953,4, maior valor para um fechamento. Durante o pregão, o metal chegou a tocar os US$ 1960,0 por onça-troy./LUÍS EDUARDO LEAL, ALTAMIRO SILVA JÚNIOR, MAIARA SANTIAGO E IANDER PORCELLA

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