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As muitas dúvidas que persistem sobre a fuga de Carlos Ghosn do Japão

No Líbano desde o último dia 30, ex-todo-poderoso da aliança Renault-Nissan arquitetou fuga cinematográfica de sua prisão domiciliar em Tóquio

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Por Redação
Atualização:

1. Como se deu a fuga?

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Embora algumas reportagens tenham citado de que Carlos Ghosn escapou escondido em uma caixa de instrumento musical, essa teoria já foi negada por pessoas próximas ao executivo. Até agora, a versão mais plausível envolve uma firma de segurança internacional, o uso de jatos executivos e um planejamento que levou meses.

2. Quem ajudou o executivo a escapar?

Segundo o próprio Carlos Ghosn, a família não o ajudou a deixar o Japão. Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 2, ele disse que fez todo o planejamento sozinho.

Ex-presidente da Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn é acusado de desvio de dinheiro Foto: Manjunath Kiran/ AFP

3. Como a polícia japonesa não percebeu nada?

A casa onde vivia Ghosn, em Tóquio, era luxuosa e tinha dois andares. No entanto, ele conseguiu sair sem ser notado – apesar de câmeras de segurança terem sido instaladas na entrada do edifício onde ele vivia.

4. Afinal, ele tinha um passaporte ‘extra’?

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É o que parece. Com tripla cidadania – brasileira (onde nasceu, em Porto Velho), libanesa (onde passou a infância e adolescência) e francesa (país em que viveu depois de adulto) –, Ghosn entregou todos os passaportes à Justiça japonesa. No entanto, usava um documento francês extra para uso no dia a dia. Ele teria usado esse passaporte para sair do país.

5. Como foi a rota de fuga?

Antes de chegar a Beirute, ele passou por Istambul, na Turquia. As duas partes da viagem foram feitas por jatos particulares. Sete pessoas foram deitadas para interrogatório na Turquia em virtude do auxílio à fuga do executivo. Não se sabe, porém, se as pessoas que transportaram o executivo tinham ideia de sua entidade.

6. Por que Carlos Ghosn escolheu o Líbano?

Desde que foi preso no Japão, em novembro de 2018, Ghosn apelou aos governos do Líbano, do Japão e da França. Beirute foi sempre o interlocutor mais simpático ao executivo – e deu várias manifestações públicas de apoio a ele ao longo de 2019. Além disso, sua esposa, Carole, vive no país

Em dezembro de 2018, um outdoor em uma rua de Beirute, no Líbano, mostrava suporte a Carlos Ghosn. Na imagem, lê-se: "Somos todos Carlos Ghosn". Foto: Joseph Eid/AFP

7. O que significa o pedido de prisão da Interpol?

O governo libanês confirmou ter recebido o alerta de prisão de Carlos Ghosn, emitido pela Interpol. No entanto, isso deve levar, no máximo, a um interrogatório do executivo. Em instâncias anteriores de pedidos da Interpol, o Líbano não prendeu os envolvidos em crimes.

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8. O executivo está a salvo no Líbano?

Ao que parece, sim. O país não tem acordo de extradição com o Japão. E o ministro da Justiça libanês, Albert Serhan, já avisou que não há possibilidade de Ghosn ser enviado ao Japão. Ele disse, porém, que a Justiça libanesa poderia abrir um novo processo contra o executivo em relação aos mesmos crimes. Um julgamento no Líbano – e uma eventual absolvição – seriam uma forma de Ghosn cumprir o objetivo de limpar seu nome.

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