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Investimento pessoal, mercado financeiro e macroeconomia.

#elesnão

Estamos na reta final da corrida presidencial e dois candidatos despontam para um possível segundo turno: Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). E por que o título deste texto é #elesnão? Porque, na minha opinião, nenhum dos dois é uma boa alternativa para comandar o Brasil.

Por Alexandre Cabral
Atualização:

Estamos na reta final da corrida presidencial e dois candidatos despontam para um possível segundo turno: Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). E por que o título deste texto é #elesnão? Porque, na minha opinião, nenhum dos dois é uma boa alternativa para comandar o Brasil. Aos motivos:

Bolsonaro: Arquivo do Estadão / Haddad: Nilton Fukuda  

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- Haddad

Como prefeito de São Paulo, foi um razoável gestor. Mas é cercado de companhias que não me agradam nem um pouco. Começando pela vice, Manuela D´Ávila (PC do B). Não consigo imaginar as propostas do partido dela como plano político para o nosso país. Se resolverem colocar as ideias em prática, nós vamos quebrar.

E há muitos outros motivos para eu não gostar da ideia de ver Haddad como presidente do Brasil. Imaginem as seguintes pessoas no poder:

  1. Lula como ministro de qualquer pasta ou Lula, da cadeia, comandando o Brasil;
  2. José Dirceu na Casa Civil;
  3. Dilma Rousseff como presidente do Senado;
  4. Petrobras novamente sob controle do PT (imaginem a possibilidade de uma Lava Jato 2).

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Isso, entre muitas outras questões que já abordei neste blog nos últimos anos  (vou colocar os links no final deste texto), como ideias econômicas ultrapassadas e aliados de passado duvidoso. Haddad no poder seria um baita retrocesso econômico e ético.

 

 

- Bolsonaro

Na questão desonestidade, tem um caso solto sobre dinheiro da JBS que ele teria devolvido e depois recebido via partido - nada além disso. Mas há um grupo em volta dele que eu acho um pouco estranho. Um vice (general Hamilton Mourão) que não sabe ficar calado, adora uma polêmica. Geralmente o vice é uma pessoa que dialoga com o Congresso. Imaginem o Mourão tomando um "não" dos deputados ou senadores. Vai rodar nas tamancas.

Além disso, há um clima horroroso se instalando entre o candidato e o seu principal nome para a equipe de ministros: Paulo Guedes (Fazenda). Já descobrimos que não é bem assim aquele discurso inicial de que o economista teria total liberdade para fazer o que quisesse. No mês passado, quando Guedes começou falar em palestras sobre algumas propostas, como mudança no IR e criação de uma CPMF, Bolsonaro surtou e ligou do, hospital, para o "comandante da economia", proibindo que ele aparecesse em público por um tempo. Resultado: Paulo Guedes cancelou presença em 3 eventos onde falaria das propostas do governo Bolsonaro para a economia. Prova de que não terá um poder tão grande e absoluto, como sempre foi anunciado pelo Bolsonaro. Na verdade, tenho medo de que possa se tornar um fantoche do Bolsonaro, como o Haddad está sendo do Lula.

Outra questão que me preocupa é o "efeito Macri". O que é isso? Se Bolsonaro não ceder cargos para partidos e não souber conversar com o Congresso, não vai conseguir aprovar muita coisa. Infelizmente nossa legislação dá muita força ao "toma lá, dá cá". Aliás, no ano passado, fiz um curso sobre o funcionamento do Congresso Nacional e uma coisa me deixou de queixo caído: qualquer assunto só é votado nas duas casas (Câmara e Senado), se os presidentes das duas casas lerem, no começo da sessão, o que será votado, o projeto quase todo. Se eles não lerem, pode esquecer, não entra na pauta. O Renan Calheiros, quando presidente do Senado, segurava várias propostas encaminhadas pela Dilma e não tinha "quase nada" que o fazia seguir com a tramitação (o "quase nada" é de livre interpretação do leitor). Dada essa situação, se o Bolsonaro não souber dialogar com o Congresso, vai ter muita dificuldade para aprovar as medidas necessárias para fazer o Brasil caminhar. E nós vamos é ter saudades das trapalhadas do Temer.

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Uma coisa curiosa na trajetória do Bolsonaro candidato a presidente é a mudança de discurso ao longo da campanha. No início, ele achava (ao menos publicamente) que tudo deveria ser privatizado - exatamente como defende seu nome para comandar o Ministério da Fazenda, o Paulo Guedes. Em questão de semanas, mudou de ideia, dizendo que a Petrobras ele não privatizaria. Depois veio com um papo de que não vende o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal. E, nesta semana, aumentou a lista das não privatizáveis, incluindo Furnas e outras empresas ditas estratégicas.

Sem contar discursos contra indígenas e quilombolas, que podem provocar revolta na população. Ou vamos fazer igual a ele, que, quando pressionado, diz que é tudo brincadeira.

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Sugestão

O meu maior medo é que se repita, em 2018, o que aconteceu em 2014: uma eleição tão polarizada, que deixou a população dividida, o Congresso dividido, gerando um clima absolutamente hostil. A coisa mais ética e sensata seria o ganhador chamar o perdedor para conversar e transmitir ao vivo essa conversa, para nós sabermos que existe uma chance de convívio civilizado entre eles, com embate somente de ideias, para o bem da população brasileira. Eu digo a vocês que o "LuDdad" até chamaria o "BolsoGuedes", que não aceitaria. Mas não consigo ver o cenário inverso: BolsoGuedes convidando o LuDdad para conversar. Espero que eu esteja enganado.

 

Conclusão

Existem nomes melhores do que Jair Bolsonaro e Fernando Haddad para comandar o Brasil, isso é fato. Mas sou totalmente a favor da democracia e de que, portanto, o povo escolha o que considera melhor para nós. Minha preferência seria por um terceiro nome, mas acho muito difícil. Começo a acreditar até que o Bolsonaro leva no primeiro turno.

Na minha opinião, entre os dois, vale mais a pena apostar nas ideias do BolsoGuedes e dar a eles o benefício da dúvida, do que apostar nas propostas do LuDdad, que já sabemos que podem causar sérios problemas mais para frente. Tem gente falando que os analistas preferem o BolsoGuedes. Mas a verdade é que eles não querem, de jeito nenhum, o LuDdad. E aí o que sobra vira rei.

Uma última coisa curiosa: sei que vou apanhar dos eleitores dos dois lados - de quem apoia o BolsoGuedes e de quem vota LuDdad. Vão dizer que estou surtado, que sou burro etc. Mas acho que a maioria não vai nem se dar ao trabalho de ler este texto. Então, vamos lá, a proposta é: quem leu até o fim , por favor, escreva nos comentários a palavra Esperança.

Um consciente e tranquilo dia de eleições para todos nós!

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Alguns do links sobre a era Dilma e Lula

Na era Dilma (2011-16), crescimento do Brasil ficará pior que da Argentina e Bolívia (Fonte: FMI)

6.776 vagas de trabalho são fechadas por dua útil no Brasil.

PIB 2015: até setores que cresceram desempregaram!

Temos o rating pior do que o da Bolívia e igual ao de Angola

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PIB da era Dilma em ritmo de Quarta-feira de Cinzas!

Leitor: para os principais bancos do mundo, é mais arriscado apostar no Brasil do que na Argentina

18,07% ao ano foi a inflação "causada" pelo Governo

 

Edição: Patrícia Monken

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